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Futebol nos cinemas: para filmar o jogo, tem de ser craque

Nesta semana, estreia 'Heleno', com Rodrigo Santoro no papel do ex-craque do Botafogo. É mais uma tentativa de retratar o futebol de uma forma convincente

Por Da Redação
29 mar 2012, 07h26

O esporte mais popular do planeta foi tema de poucos filmes bem sucedidos – e ainda mais raros são aqueles que convencem os torcedores na hora de retratar a ação no gramado

Ao decidir rodar a história do ex-craque Heleno de Freitas, ídolo do Botafogo nos anos 1940, o diretor José Henrique Fonseca (de O Homem do Ano) conseguiu uma contratação de peso para seu filme: o astro Rodrigo Santoro topou estrelar a produção, um projeto que levou oito anos para sair do papel. Assim como num time de futebol, porém, de nada adiantaria contratar um centroavante matador sem ter quem levasse a bola até ele. E foi aí que o cineasta conseguiu seu melhor reforço: trouxe Walter Carvalho para cuidar da fotografia, toda em preto e branco. Com Santoro no elenco e Carvalho atrás das câmeras, a cinebiografia de Heleno de Freitas candidata-se ao título de melhor filme ficcional brasileiro sobre o esporte mais adorado do país. As boas cenas de Santoro em campo – auxiliadas também pelo ex-atacante Cláudio Adão, que treinou o ator para chutar e passar a bola de forma convincente, como se fosse um jogador profissional – estão entre os melhores momentos da ainda magra filmografia brasileira sobre futebol. Em outras produções do mesmo gênero, os diretores esbarraram num obstáculo que não é exclusivo dos brasileiros: é consenso entre os profissionais do cinema que filmar a modalidade é uma tarefa espinhosa.

O trailer de ‘Heleno’

Rodrigo Santoro vive o ex-craque do Botafogo no novo filme do diretor José Henrique Fonseca

“É difícil filmar futebol”, confirma o cineasta de Heleno, que ainda se deparou com um problema adicional. “Nos anos 1940, havia apenas uma câmera, ao nível do campo, e muitas vezes uma atrás do gol. Filmar de forma moderna, com gruas automáticas, não traria a realidade da época. Gastamos até doze dias na filmagem de um só jogo. Nosso desafio foi achar um formato em que as pessoas vissem um jogo dos anos 1940.” Com estreia marcada para sexta-feira no circuito comercial brasileiro, o filme – apresentado pela primeira vez no Festival de Toronto, no ano passado – tem chances razoáveis de fazer carreira internacional. Afinal, o esporte mais popular do planeta foi tema de poucos filmes bem sucedidos – e ainda mais raros são aqueles que convencem os torcedores na hora de retratar a ação no gramado. Entre os principais fatores para explicar essa dificuldade estão as dimensões do campo e a dinâmica do jogo. Num plano comum de filmagem, a cena fica vazia, pois os jogadores estão muito afastados uns dos outros. Quem tenta aproximar a câmera do lance esbarra em outro problema: a falta de habilidade dos atores. Vistos de perto, fica evidente que eles não têm os mesmos movimentos de um boleiro de verdade. Justamente por isso, as melhores tentativas de filmar futebol até hoje apostaram numa fórmula simples e eficaz: colocar os atores no meio de atletas profissionais, tornando o ritmo e os detalhes das jogadas mais naturais, e filmá-los dentro do próprio campo, e não de longe, como numa transmissão de TV. São os casos de O Milagre de Berna (2003) e Gol! O Sonho Impossível (2005). A técnica, porém, não é garantia de sucesso – Fuga para a Vitória (1982) foi dirigido por John Huston e tinha ninguém menos que Pelé no elenco. Mas a qualidade das cenas de jogo não resistiu à participação de Sylvester Stallone, que aparece como goleiro…

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