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Com retranca e sorte, Chelsea bate Bayern e é campeão

Numa final de baixo nível técnico, ingleses armam bloqueio defensivo, levam decisão para os pênaltis e conquistam Liga dos Campeões pela primeira vez

Por Da Redação
19 Maio 2012, 18h42

Em todas as outras três ocasiões em que a capital bávara foi palco da final do torneio europeu de clubes, o campeão também foi um time que jamais havia conquistado o título

Munique já está acostumada a festas regadas a quantidades oceânicas de cerveja. Mesmo na terra da Oktoberfest, porém, será difícil dar conta da demanda pela bebida nacional alemã neste fim de semana – mas, desta vez, ela servirá para a torcida do Bayern afogar as mágoas por uma traumática derrota. Contando com a sorte, com muita raça e com a frieza de seu goleiro Cech, o Chelsea, da Inglaterra, conquistou sua primeira Liga dos Campeões neste sábado, em plena Allianz Arena, casa do Bayern, nos pênaltis, após empate por 1 a 1 nos 120 minutos, e garantiu um lugar na galeria dos campeões da Europa. Com uma equipe muito técnica e vigorosa – mas pouco criativa -, o Bayern dominou o jogo e buscou a vitória durante toda a partida. O Chelsea apostou na marcação, fez um jogo de muita estratégia e conseguiu arrastar o duelo para a decisão por pênaltis. Acabou realizando seu sonho de conquistar a Europa – ainda que sem convencer os admiradores do bom futebol. A própria final, aliás, não deixou de ser um anticlímax para um torneio que atrai tanta atenção dos fanáticos pelo esporte. No lugar de Messi, Xavi, Cristiano Ronaldo e Ozil – os astros dos eliminados Barcelona e Real Madrid -, a final deste sábado teve nomes de segundo escalão, como Contento, Tymoshchuk e Bertrand. No ano que vem, a Liga dos Campeões volta a ser decidida no Estádio de Wembley, em Londres, local da final do ano passado.

O Bayern entrou na partida como favorito – não só por ter um time tecnicamente superior, com atletas como Robben, Ribéry, Muller e Schweinsteiger, mas também por jogar em casa, com o apoio incessante de sua fanática torcida e com uma cidade inteira trajada de vermelho. Desde o início da manhã deste sábado, grupos de torcedores vestidos com a camisa do Bayern desfilaram por todos os bairros de Munique. O principal ponto de concentração foi o Parque Olímpico, onde a Alemanha ganhou a Copa do Mundo de 1974 (e onde, no início da tarde, ex-craques como Zico, Cafu, Paul Breitner e Zola disputaram uma partida de exibição). Foi a primeira vez na era moderna da competição, iniciada na temporada 1992-1993, que uma equipe teve a chance de disputar a taça mais cobiçada do continente em seu próprio estádio. A escolha de Munique para receber o jogo, porém, também dava ao Chelsea uma esperança a mais – em todas as outras três ocasiões em que a capital bávara foi palco da final do torneio europeu de clubes, o campeão foi um time que jamais havia conquistado o título (Nottingham Forest, Olympique e Borussia). Esta foi a primeira vez, contudo, que a decisão em Munique aconteceu na arena construída para a Copa de 2006.

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Empurrado pela barulhenta torcida local, o Bayern pressionou e dominou toda a primeira etapa. Nos momentos em que tinha a bola, o time alemão jogava num superofensivo 4-2-4, com Robben e Ribéry pelas pontas e Muller e Gomez no comando do ataque. Os dois volantes eram os talentosos Kroos e Schweinsteiger, e o lateral direito Lahm, capitão da equipe, também aparecia com frequência na frente. Mesmo encarando um adversário tão aberto na defesa – um volante, Tymoshchuk, jogou improvisado na zaga -, o Chelsea não ameaçava. A primeira defesa do goleiro alemão Neuer aconteceu só aos 36 minutos. No outro lado do campo, o goleiro Cech tinha trabalho com os lances de perigo do Bayern. Durante a blitz bávara, Robben, Gomez e Muller desperdiçaram ótimas chances de gol. Além de Cech, que desviou uma bola para a trave na jogada mais importante do primeiro tempo, David Luiz, o único brasileiro em campo na final, também foi uma barreira difícil de transpor. Herói dos ingleses na eliminação do Barcelona, na semifinal, o marfinense Drogba pouco apareceu – e, nas raras ocasiões em que recebeu a bola, foi presa fácil para os defensores do Bayern.

O ritmo não mudou no segundo tempo. Atacando para a direção onde estava concentrada sua torcida, o Bayern sufocou o Chelsea desde o primeiro minuto. Levou mais sete para balançar as redes, mas Ribéry estava impedido ao marcar. A equipe alemã avançava cada vez mais jogadores no terreno do adversário – em certos momentos, apenas a dupla de zaga ocupava o campo de defesa. Mas faltava poder de improviso e criação – principalmente diante de uma equipe tão disciplinada taticamente como o Chelsea, que já tinha usado sua força defensiva para segurar o Barcelona. Se no jogo de volta das semis, no Camp Nou, essa estratégia era uma opção legítima para segurar um resultado conquistado em casa, neste sábado a postura excessivamente pragmática e o futebol paupérrimo dos ingleses foram até constrangedores. A insistência do Bayern só foi premiada faltando sete minutos para o final. Thomas Muller, o Bola de Ouro da Copa de 2010, subiu na segunda trave, cabeceou para o chão, superou o goleiro Cech e abriu o placar. A apenas dois minutos do fim, entretanto, o oportunista Drogba apareceu de surpresa, também de cabeça, para dar o empate ao Chelsea e levar o jogo para a prorrogação. E a agonia dos anfitriões continuaria. Logo no começo do tempo extra, Ribéry foi derrubado na área. Robben bateu o pênalti e Cech defendeu. Seria uma amostra do que viria pela frente. Sem gols nos trinta minutos adicionais, a decisão foi para os pênaltis, e Cech voltou a brilhar. Olic e Schweinsteiger desperdiçaram suas cobranças, e David Luiz, Lampard, Cole e Drogba garantiram o 4 a 3 – e o surpreendente título da equipe londrina.

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