Boca perde atleta que mais incomodou Corinthians na ida
Roncaglia, autor do gol argentino na Bombonera, não entra em campo na volta
“O Boca já venceu os brasileiros na final, sim. Só que cada jogo é um jogo, cada história é uma história”, disse Tite
Ele provocou, arrumou confusão, marcou Emerson de perto, subiu bastante ao ataque e ainda marcou um gol no primeiro jogo, no estádio La Bombonera. Mas o lateral direito Facundo Roncaglia, o jogador do Boca Juniors que mais incomodou o Corinthians na primeira partida da final da Libertadores, não participará da grande decisão, na quarta, em São Paulo. Desfalque de última hora para os argentinos, Roncaglia ficou sem contrato com o Boca no fim de junho, e não conseguiu um acerto que permitisse a ele jogar a partida de volta, no Pacaembu. Por causa da ausência de Roncaglia, o técnico Julio Cesar Falcioni será forçado a mexer na equipe que empatou com o Corinthians em casa.
“A verdade é que estou muito decepcionado, porque até o último momento trabalhamos para fazer tudo o que pediram. Mas está claro que não foi o suficiente. É uma pena por todos no clube que tanto fizeram”, lamentou o lateral, em entrevista ao jornal argentino Olé, ao explicar o problema. Roncaglia já acertou com a Fiorentina, da Itália, e esperava fechar um seguro que permitisse a ele jogar a decisão sem temer uma contusão. O agente do atleta pediu cláusulas que atrapalharam o negócio, irritando o Boca – e impossibilitando sua ida à final. Antes da confusão com Roncaglia, o Boca já tinha sofrido para acertar outros dois contratos de última hora, de Schiavi e Cvitanich.
Alfinetada – O elenco do Boca chega ao Brasil na manhã desta terça e, no mesmo dia, deverá fazer o treinamento para reconhecer o gramado do Pacaembu. Para conquistar seu sétimo título da Libertadores, o time argentino precisa de uma vitória simples. Um empate leva a decisão para a prorrogação e, caso persista a igualdade, o campeão será definido nos pênaltis. Antes do embarque rumo a São Paulo, jogadores como Orión e Riquelme se mostraram confiantes na possibilidade de vencer fora de casa. O Boca foi campeão da Libertadores em 2000, 2003 e 2007 jogando no Brasil, contra Palmeiras, Santos e Grêmio. Para Orión, os brasileiros se sentem “incomodados” com sua equipe.
Em São Paulo, o técnico Tite não quis entrar na discussão. “Não vou comentar nada não. São duas grandes equipes, com excepcionais jogadores. Temos respeito pelo trabalho do Boca e também exigimos respeito”, desconversou. “Em termos estatísticos, Orión está falando a verdade. O Boca venceu os brasileiros, sim. Só que cada jogo é um jogo, cada história é uma história”, lembrou o técnico. Enquanto Falcione corre para resolver os problemas do Boca, Tite está mais tranquilo, já que Jorge Henrique, que saiu machucado do primeiro jogo, foi liberado para participar do jogo. Assim, o time será o mesmo que começou a partida de Buenos Aires, com o “talismã” Romarinho no banco.
Quem levanta a taça? – Se a equipe titular está definida, há uma dúvida importante na cabeça de Tite. O técnico revelou que ainda não definiu quem vai ser o capitão do time – o jogador, que, em caso de título, terá o privilégio de receber a taça da competição. “Pode ser o Danilo ou o Alessandro. Se pudesse, daria a faixa de capitão a todos. Todos merecem essa condição aqui no Corinthians”, afirmou ele na segunda-feira. A decisão, porém, ficará para o dia do jogo. O técnico não costuma deixar apenas um jogador com a faixa, promovendo uma espécie de rodízio entre os atletas mais experientes da equipe. Para ele, é uma forma de valorizar todos os integrantes do grupo.
Leia também:
Para o torcedor: por que o Corinthians leva a Libertadores
Para o secador: por que o Corinthians cai na Libertadores
(Com agência Gazeta Press)