A dois anos da Copa em casa, a seleção não é nem ‘top 5’

“Ronaldinho, Kaká, Adriano, Lúcio… Esses caras não servem mais para a seleção”, disse Andrés Sanchez, diretor de seleções da CBF, na noite de terça, palpitando sobre o time

Mesmo em má fase, a seleção brasileira jamais pode ser excluída do clube das favoritas à conquista da próxima Copa do Mundo – afinal, o país tem jogadores promissores e a equipe jogará em casa. De acordo com o ranking mundial de seleções, porém, o Brasil estaria cada vez mais distante do hexacampeonato. Na lista divulgada nesta quarta-feira pela Fifa, o time comandado pelo técnico Mano Menezes caiu mais uma vez – e já não está nem sequer entre as cinco melhores equipes do planeta, algo raro para um país que sempre dominou o ranking, muitas vezes disparado na liderança. Agora, o Brasil persegue não só as seleções mais poderosas da atualidade – a campeã mundial Espanha e a fortíssima Alemanha -, mas também o Uruguai, que subiu para terceiro colocado, a Holanda, que eliminou a seleção na última Copa, e Portugal, equipe liderada por Cristiano Ronaldo. Com 1.165 pontos no ranking, o Brasil ainda corre o risco de perder sua posição para Inglaterra (1.132 pontos), Croácia (1.114) e até a “nanica” Dinamarca (1.069) – justamente a próxima adversária do Brasil, em maio, num amistoso a ser disputado em Hamburgo, na Alemanha.

A agenda da seleção nos próximos meses tem quatro jogos importantes, que podem fazer o time se recuperar (ou cair de vez pela tabela). Depois de pegar a Dinamarca, o time de Mano Menezes encara México, EUA e Argentina numa série de amistosos disputados em solo americano. Depois virá a Olimpíada – e, se Mano Menezes sobreviver à disputa do inédito ouro olímpico (confira no quadro abaixo), e mais um amistoso difícil, contra a Suécia, fora de casa. Na noite de terça, o diretor de seleções da CBF, Andrés Sanchez, assegurou que, mesmo com o desempenho ruim do Brasil, Mano Menezes está garantido do cargo. “Não vamos trocar seis por meia dúzia”, disse o cartola em entrevista à TV Cultura. Apesar de reconhecer que a seleção anda jogando mal, Andrés rebateu os pedidos pela volta de Kaká à seleção – e defendeu abertamente sua exclusão do time, mesmo com o meia jogando bem no Real Madrid. “Ronaldinho, Kaká, Adriano, Lúcio… Esses caras não servem mais para a seleção”, sentenciou. Depois, amenizou sua posição, dizendo que ninguém pode ser descartado. “Não posso pegar o Kaká depois de um ano difícil e colocar ele para jogar quatro jogos pela Seleção e tirar metade das férias do cara. Deixa ele se recuperar que depois nós pensamos na sua presença.” O mais curioso é que, apesar de ser responsável pela administração da seleção, em função do cargo que ocupa, Andrés evita se colocar entre os culpados pela má fase. “Tem que consertar, tem que ter grupo e definir atletas. Já teve dois anos, dois anos e meio para definir”, disse, fugindo do problema e entregando toda a responsabilidade ao técnico.