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Vilão de ‘Harry Potter’ diz que não teve tempo de ser criança

Tom Felton divertiu-se como Draco Malfoy, mas lembra que não vivia em função do personagem. 'Na maior parte do tempo, éramos apenas Tom, Daniel (Radcliff), Rupert (Grint) e Emma (Watson)'

Por Rafael Lemos
15 jul 2011, 15h09

‘Malfoy é um grande personagem e tive muita sorte em ter tido o prazer de fazê-lo. Estou muito orgulhoso do trabalho que fizemos nesses 10 anos. Espero fazer alguns outros personagens memoráveis, mas sei que as crianças sempre terão medo de mim’

Com um sorriso simpático e um pedido de desculpas por não falar português, o ator Tom Felton quebra instantamenamente a imagem antipática de seu personagem, o vilão Draco Malfoy, cultivada ao longo dos últimos 10 anos, nos oito filmes da série Harry Potter. Com a estreia do último longa da saga, nesta sexta-feira, ele se despede do personagem que o fez conviver com a fama desde muito cedo.

Felton apareceu descontraído na entrevista que concedeu no Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro. Vestido de jeans e camisa, com um penteado que em nada lembra o milimetricamente produzido cabelo de Malfoy, o ator, de 23 anos, revelou que a parte mais difícil de ficar uma década totalmente imerso no projeto foi a falta de tempo para ser criança. “O maior desafio para mim foi crescer, ou tentar me tornar um adulto correto. Tive pouco contato com os amigos, com o pessoal do colégio. E me sinto mal por não ter podido dedicar mais tempo a isso”, disse.

O que faltou em convivência escolar, sobrou em relacionamentos no set. Para Felton, foi divertido fazer Malfoy. Mas, mesmo absorvido pela rotina das gravações, ele não vivia em função do personagem. “Aos 11 anos, era bem divertido interpretá-lo. E nós só incorporávamos os personagens durante 1% do dia. Durante o resto do tempo, éramos apenas Tom, Daniel (Radcliff), Rupert (Grint) e Emma (Watson)”.

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Na entrevista, Felton falou no orgulho de ter dado vida ao jovem vilão da história de J.K. Rowling. E afirmou que não teme tornar-se conhecido apenas por ele. “Quero sempre ser lembrado por esse papel.”

Como é, depois de tanto tempo, não ter outro filme de Harry Potter pela frente?

Para mim, é meio estranho. E acho que para os fãs é a mesma coisa. É muito triste. Mas foi melhor assim. Todas as coisas boas precisam ter um fim, mas fico feliz tenhamos conseguido um final tão forte.

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O que explica a série Harry Potter ter se tornado esse fenômeno global?

A história ajudou a alçar o filme às alturas. Ela mexe com a imaginação de pessoas de todos os países, raças e religiões. Não sei se essa é uma boa resposta para a pergunta, porque se fosse tão simples alguém já teria feito antes. Mas acho que a história é, definitivamente, o mais importante.

Você se sentiu muito diferente nesse último filme em comparação ao primeiro?

Para ser bem honesto, é difícil lembrar. É como perguntar alguém como se sentiu no primeiro e no último dia da escola. Quando se é uma criança de 11 anos, você nem sabe direito o que está acontecendo. Você apenas faz o que tem que fazer. O último é diferente, claro. Há o apego às pessoas, aquela coisa de dizer um “oi” para todos.

Como foi fazer o vilão de uma história tão popular? E você gostou do final que ele teve?

Acho que o Malfoy teve um grande fim. O final retrata bem Malfoy, o seu egoísmo e fraqueza. Ele não quer lutar, quer sobreviver. É o instinto dele. Tive a chance de olhar por trás do personagem. Ele tinha problemas com os pais. Malfoy era uma vítima do seu enorme ego, muito fraco e vulnerável. Acho que uma característica da história do Draco é que ele não tem alternativas. Não lhe dão opções de “siga por aqui ou por ali”. E, sim, foi divertido fazer o Malfoy. Aos 11 anos, era bem divertido interpretá-lo. E nós só incorporávamos os personagens durante 1% do dia. Durante o resto do tempo, éramos apenas Tom, Daniel (Radcliff), Rupert (Grint) e Emma (Watson).

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O fãs sempre gostam de saber histórias dos bastidores do set de filmagem. Você lembra de algum episódio em especial?

Ah, claro. Colecionamos muitos erros ao longo dos anos. Uma lembrança bem familiar para mim é que o personagem Snape (Alan Rickman) vestia um sobretudo, e era muito fácil pisar na roupa quando eu estava andando atrás dele. Era muito comum tropeçar na roupa e cair em cima dele. Era bastante embaraçoso para mim, mas deu tudo certo.

Você perdeu muito tempo no cabelereiro por causa do penteado de Draco Malfoy?

Ah, eu aprendi a fazê-lo sozinho. Depois de uns três anos fazendo aquilo todo dia, ficou fácil. E dou sorte porque o meu cabelo não é nem mais da mesma cor. Então, muita gente nem me reconhece na rua.

E quais os seus planos para o futuro? Foi noticiado que você pretende lançar um álbum.

Ah, definitivamente não. Eu nunca disse isso. Não sei de onde tiraram. Bom, depois de Harry Potter, tenho esse ano o lançamento de Rise of the Planet of the Apes (que no Brasil se chamará Planeta dos Macacos – A Origem), o que é realmente empolgante.

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Você teme ser eternamente lembrado como Draco Malfoy?

Na verdade, eu espero ser lembrado por esse papel pelo resto da minha vida. Mas não somente por ele, claro. É um grande personagem e tive muita sorte em ter tido o prazer de fazê-lo. Estou muito orgulhoso do trabalho que fizemos nesses 10 anos. Espero fazer alguns outros personagens memoráveis, mas sei que as crianças sempre terão medo de mim.

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