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Toronto: Julianne Moore e Kate Winslet sofrem com filmes fracos

As duas atrizes, que sempre frequentam as listas de prováveis indicadas ao Oscar, são atrapalhadas pelas falhas de 'Freeheld' e 'The Dressmaker'

Por Mariane Morisawa, de Toronto
16 set 2015, 11h18
Julianne Moore e Ellen Page são um casal em busca de direitos civis em 'Freeheld'
Julianne Moore e Ellen Page são um casal em busca de direitos civis em ‘Freeheld’ (VEJA)

Elas não chegam a ser como Meryl Streep, que sempre tem vaga certa entre as indicadas ao Oscar, mas Julianne Moore e Kate Winslet costumam ser consideradas pelos membros da academia quando têm um filme a defender. Neste ano, porém, as coisas parecem estar mais complicadas para ambas. Nem Freeheld, estrelado por Moore, nem The Dressmaker, com Winslet, exibidos no 40º Festival de Toronto, têm força própria para render uma nova indicação às duas. Como competidores fracos de um torneio de futebol, elas vão depender do resultado dos outros – no caso delas, das outras – para entrar na lista.

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Em Freeheld, baseado na história real contada pelo documentário de curta-metragem de mesmo nome, dirigido por Cynthia Wade e vencedor do Oscar em 2008, Julianne Moore interpreta Laurel Hester, uma competente e ética policial do Estado de Nova Jersey que teme ter a sua carreira ainda mais prejudicada por ser lésbica – ela já enfrenta dificuldades acima da média, para ser reconhecida e promovida, por ser mulher. Nem seu parceiro, Dane Wells (Michael Shannon), sabe de sua sexualidade. Mas ela conhece a mecânica Stacie Andree (Ellen Page) e, apesar de fechada, se apaixona. As duas compram uma casa juntas e, não muito tempo depois, Laurel descobre ter um câncer em estado avançado. Com medo de que Stacie perca a casa, ela pede ao conselho do condado onde moram que a sua pensão seja passada à companheira, como aconteceria no caso de um casal heterossexual. As duas têm uma relação firme reconhecida pela lei, uma espécie de união estável, mas o caso se deu em 2005, antes de o casamento entre pessoas do mesmo sexo ser aprovado pelo Estado de Nova Jersey e, posteriormente, pela Suprema Corte. O conselho, então, nega o seu pedido. Com a ajuda do parceiro, Dane Wells, e do ativista de direitos dos homossexuais Steven Goldstein (Steve Carell), ela sai de sua reclusão para se expor e lutar.

É uma história importante, mesmo agora, que o direito de parceiros do mesmo sexo está garantido. Prova disso é que a atriz Ellen Page, uma das produtoras, causou furor ao assumir sua homossexualidade durante as filmagens. O problema de Freeheld, o filme, é que ele não apresenta nada além de Freeheld, o documentário. Seu objetivo de levar a história para mais pessoas é minado pela falta de inspiração da direção. Por mais que suas atrizes se esforcem, mesmo a história de amor é pouco convincente.

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The Dressmaker, dirigido por Jocelyn Moorhouse (Terras Perdidas e Colcha de Retalhos), é inspirado em uma obra de ficção, o romance de Rosalie Ham. Myrtle Dunnage (Kate Winslet) volta à sua cidade natal depois de anos fora. Ainda menina, filha de mãe solteira, ela foi acusada de matar um garoto da escola e levada para longe. Retorna como uma modista de talento, com trabalho em Paris, com Madeleine Vionnet,, no currículo. Sua mãe, Molly (Judy Davis), quase não tem momentos de lucidez e depende da caridade de algumas (poucas) almas boas da vila no meio do nada, como Teddy McSwiney (Liam Hemsworth). Logo, Myrtle, ou Tilly, vai descobrir que o ódio da cidade por ela não mudou em nada depois de tanto tempo. Mas vai tentar conquistar a pequena Dungatar vestido a vestido, vingar-se, se possível, e, claro, encontrar um grande amor na figura de Teddy.

The Dressmaker não funciona porque não sabe direito o que deseja ser. Em alguns momentos, força a barra no humor, chegando perto da caricatura. Todos os personagens são excêntricos ou simplesmente ridículos: o sargento Horatio Farrat (Hugo Weaving), que ajuda Tilly e Molly, é homossexual e ama moda, Marigold Pettyman (Alison Whyte) forra o chão da casa com jornais para não sujar, o farmacêutico Almanac não consegue mais ficar ereto e sempre precisa de um empurrão para começar a andar e de um freio para poder parar. Mas The Dressmaker também é um melodrama. Então, no fim, apesar dos vestidos lindíssimos contrapostos ao deserto australiano, fica tudo parecendo uma telenovela mal feita – inclusive a atuação de Kate Winslet. Tomara que ela tenha mais sorte em Steve Jobs.

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‘Demolition’

Jake Gyllenhaal continua em sua cruzada para mostrar que é mais do que um rosto bonito. Depois de emagrecer assustadoramente para fazer O Abutre e ficar absurdamente forte para Nocaute, agora ele interpreta um bem-sucedido banqueiro que lida de uma maneira curiosa com a perda de sua mulher num acidente neste longa de Jean-Marc Vallée (Clube de Compras Dallas). 

https://www.youtube.com/embed/rAhut-kbmhU
‘Freeheld’

Diretor do simpático Nick & Norah – Uma Noite de Amor e Música, Peter Sollett agora conta a história real da policial Laurel Hester (Julianne Moore), que em 2005 entrou na justiça para que sua companheira, a mecânica Stacie Andree (Ellen Page), recebesse pensão após a sua morte, depois de ser diagnosticada com câncer em fase terminal. 

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https://www.youtube.com/embed/BLZo_ILZhfk
‘Our Brand is Crisis’

No filme de David Gordon Green, Sandra Bullock é “Calamity” Jane Bodine, uma estrategista de campanhas políticas que sai da aposentadoria para trabalhar para o candidato à presidência da Bolívia Castillo (Joaquim de Almeida). Tudo com um único objetivo: bater seu rival Pat Candy (Billy Bob Thornton), favorito para ganhar as eleições. 

https://www.youtube.com/embed/2S8HVoWm9ec
‘About Ray’

O filme da inglesa Gaby Dellal fala de um assunto em voga: a questão do gênero e da sexualidade. Ray (Elle Fanning) sempre achou que era um menino, embora tenha nascido menina. Adolescente, insiste em fazer a transição, o que causa preocupação em sua mãe, Maggie (Naomi Watts), e sua avó, Dolly (Susan Sarandon), que é lésbica.  

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‘The Dressmaker’

Baseado no romance de Rosalie Ham, o filme de Jocelyn Moorhouse traz Kate Winslet no papel de Tilly Dunnage, que deixou sua pequena cidade natal na Austrália depois de ser acusada de um crime quando era criança. Ela retorna como modista, depois de anos em Paris, causando furor na conservadora Dungatar com sua moda e modos progressistas. 

https://www.youtube.com/embed/Pi4k4cvuLAU
‘Trumbo’

Bryan Cranston, o Walter White da série Breaking Bad, interpreta o roteirista Dalton Trumbo neste longa de Jay Roach. Membro do Partido Comunista, ele entrou na lista negra depois de se recusar a dar informações ao Comitê de Atividades Anti-Americanas. Durante o período, ganhou dois Oscar sob pseudônimos (por Arenas Sangrentas e A Princesa e o Plebeu). Mais tarde, escreveu os roteiros de Spartacus e Exodus

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Cate Blanchett e Robert Redford no filme 'Truth'
Cate Blanchett e Robert Redford no filme ‘Truth’ (VEJA)

Imagem de divulgação do filme 'Where to Invade Next', de Michael Moore
Imagem de divulgação do filme ‘Where to Invade Next’, de Michael Moore (VEJA)

Mariana Ximenes e Jason Priestley no filme 'Zoom', de Pedro Morelli, selecionado para o Festival de Toronto
Mariana Ximenes e Jason Priestley no filme ‘Zoom’, de Pedro Morelli, selecionado para o Festival de Toronto (VEJA)

Tom Hiddleston no filme 'I Saw the Light'
Tom Hiddleston no filme ‘I Saw the Light’ (VEJA)

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