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Sophia Loren, a musa do cinema italiano, chega aos 80

Para celebrar seu aniversário, a atriz ganha uma exposição itinerante patrocinada pelo magnata Carlos Slim, o homem mais rico do mundo

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 20 set 2014, 07h43

Belos cabelos castanhos, corpo escultural e memoráveis olhos verdes, que consagraram a maquiagem “gatinho” até hoje copiada por mulheres do mundo todo. Os atributos físicos da atriz Sophia Loren já seriam suficientes para torná-la uma das mulheres mais famosas e desejadas do mundo. Interpretações memoráveis, porém, fizeram dela não apenas uma mulher cobiçada, mas também uma das atrizes mais importantes da história do cinema. Não à toa, os 80 anos da musa do cinema italiano, celebrados neste sábado, 20, serão marcados por homenagens como a preparada por um importante fã mexicano: o empresário Carlos Slim, que vem a ser o homem mais rico do mundo, organizou uma exposição especial no Museu Soumaya, propriedade sua no México, para festejar a data. A mostra depois deve ser exportada.

Sophia Loren nasceu Sofia Scicolone, em Roma, em 20 de setembro de 1934. Filha de Riccardo Scicolone e da atriz Romilda Villani, Sophia e a irmã, Maria Scicolone, cresceram sem o pai, que já era casado e não assumiu a família ao lado de Romilda. Desamparada, a mãe das garotas, que era constantemente comparada à sueca Greta Garbo nas ruas, retornou para a casa da família na pequena cidade de Pozzuoli, em Nápoles. Lá, elas viveram um longo período de pobreza, efeito da devastação causada pela Segunda Guerra Mundial no país. “Minha vida não é um conto de fadas, ainda é doloroso falar sobre isso”, disse Sophia à revista americana Vanity Fair, em 2012. Na época, o voluptuoso corpo da atriz não existia. De tão magra, ela ganhou o apelido de “Sofia palito de dente” na escola.

Aos 14 anos, a vida da jovem começa a mudar. Incentivada pela mãe, ela participa de um concurso de beleza, onde ganha o primeiro lugar, uma passagem para Roma e 35 dólares. Na capital italiana, ela consegue trabalhos como modelo em revistas e fotonovelas. Logo, é descoberta pelo produtor de cinema Carlo Ponti, com quem acabaria se casando mais tarde, apesar da diferença de idade de 22 anos. Para abandonar o sobrenome Scicolone, considerado pouco glamouroso, a atriz começa a ser creditada nos filmes como Sofia Lazzaro. Boatos com jeitão de folclore sustentam que o novo nome seria uma referência ao personagem bíblico Lázaro, que é ressuscitado por Jesus – já que, com sua beleza marcante, Sophia poderia ressuscitar mortos. Pouco depois, Lazzaro virou Loren, transição inspirada na atriz sueca Märta Torén, popular na época.

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Sob a tutela de Ponti, a atriz participou de mais de vinte filmes entre 1950 e 1953, e subiu rapidamente de figurante para o cargo protagonista, quando conquistou a personagem título de Aida (1953), após a atriz Gina Lollobrigida, apontada como sua rival, desistir do papel. Na época, aos 19 anos, ela se tornou amante de Ponti, que era casado.

A partir daí, Sophia, já considerada um símbolo sexual em uma época sem Photoshop e em que os corpos pouco se desnudavam, estrelou outras importantes produções italianas, como A Favorita (1953), Duas Noites com Cleópatra (1954) e A Invasão dos Bárbaros (1954). Em Hollywood, sua carreira deslancha em 1957, com os filmes A Lenda da Estátua Nua (1957), A Lenda dos Desaparecidos (1957), e Orgulho e Paixão (1957).

Oscar — Ela retorna ao cinema italiano em 1960, para estrelar Duas Mulheres. Na trama, Sophia interpreta uma mulher que tenta proteger a filha adolescente durante um período de guerra e acaba sendo violentada por soldados. O papel dramático rendeu a ela o Oscar de melhor atriz – o primeiro concedido a uma intérprete de língua estrangeira – além de um Bafta e um prêmio em Cannes. Insegura, a atriz faltou à cerimônia hollywoodiana e nem assistiu ao prêmio, que não era transmitido na Itália na época. A notícia da vitória chegou no dia seguinte, através de um telefonema do ator e amigo Cary Grant. Em 1965, ela recebeu outra indicação ao prêmio da Academia de Hollywood, pelo longa Matrimônio à Italiana. Em 1991, levou para casa uma segunda estatueta, pelo conjunto de sua obra.

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Entre os anos 1960 e 1970, Sophia continuou a se dividir entre Europa e Estados Unidos. Foi dirigida por cineastas como Vittorio De Sica e Michael Curtiz, e estrelou diversos filmes ao lado de grandes nomes da sétima arte, como Paul Newman, Marlon Brando, Marcello Mastroianni e o próprio Grant, com quem teve um rápido flerte. As investidas do ator deixaram Ponti desesperado, o que o levou a dar início a um longo processo de divórcio, concretizado apenas em 1966, quando os dois se casaram, tiveram dois filhos e permaneceram juntos até 2007, ano em que o produtor morreu, aos 94 anos.

Na década de 1980, Sophia diminuiu o ritmo no trabalho para cuidar dos filhos e também para investir em outras áreas, sendo a primeira atriz a lançar sua própria fragrância de perfume e uma linha de maquiagem. Em 1982, ela passou duas semanas na prisão por evasão fiscal. Voltou à ativa nos anos 1990. Apesar de produtiva, a época não chega perto das boas produções escolhidas por ela no passado. Na nova fase, destaca-se Desejo de Liberdade (2002), no qual a atriz foi dirigida pelo filho Edoardo Ponti, parceria repetida neste ano no curta La Voce Umana.

Mostra — Para celebrar tal vida e obra, o magnata Slim promete, neste sábado, um jantar de gala com direito a presenças internacionais ilustres. A exposição itinerante trará objetos curiosos como os dois Oscars de Sophia, alguns vestidos, figurino de filmes, joias da atriz, roteiros de filmes e um amplo acervo de fotografias. Para finalizar o fim de semana de comemorações, no domingo ela apreciará um concerto da Orquestra Sinfônica de Minería dirigido por seu filho mais velho, Carlo Ponti Jr.

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