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Salgueiro e Portela são abraçadas pelo público e protagonizam última noite de desfiles do Rio de Janeiro

Por Mônica Garcia
9 fev 2016, 07h16

A última noite de desfiles da elite do Carnaval carioca mostrou que a disputa pelo primeiro lugar no Grupo Especial do Rio de Janeiro será acirrada entre Beija-Flor de Nilópolis – que desfilou no domingo – Salgueiro e Portela.

O Salgueiro foi a segunda escola a desfilar e chegou conquistando as arquibancadas da Marquês de Sapucaí com o enredo “Óperas do Malandro”. Com dois vice-campeonatos seguidos a agremiação da Tijuca ouviu pela primeira vez o grito de “É Campeã” da noite, que ecoou na passarela do samba no setor 1, antes mesmo da escola entrar na avenida.

Já a azul e branco de Madureira misturou a tradição com a inovação do carnavalesco Paulo Barros para tentar conquistar o título que não vem há três décadas, embora seja a escola de samba carioca que mais títulos tem: vinte e um. A ousadia, marca registrada de Barros, ficou evidente no desfile da Portela, que veio trouxe carros coreografados e conquistaram o público.

A Unidos de Vila Isabel abriu a segunda noite na Sapucaí com um enredo político. A escola do bairro de Noel contou as “Memórias de Pai Arraia. Um sonho pernambucano, um legado brasileiro”. Miguel Arraes que foi prefeito do Recife e governador de Pernambuco teve sua trajetória de vida retratada através do incentivo que deu à educação e à cultura popular.

A Vila fez um desfile bonito e conquistou o setor 1, tudo para apagar a má campanha de 2015 quando ficou em penúltimo lugar. O bom gosto do carnavalesco Alex de Souza ficou evidente no desfile da Vila Isabel com fantasias de fácil leitura e alegorias muito bem acabadas. A bateria de mestre Wallan trouxe 322 ritmistas que executaram perfeitamente o samba-enredo que misturou o samba com o maracatu e fez paradinhas estratégicas na avenida.

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Martinho da Vila representando Luiz Gonzaga abriu o desfile à frente da escola. Ana Arraes, ministra do Tribunal de Contas da União, levou a família para desfilar em homenagem ao pai. A agremiação fechou seu desfile com um lindo carro que representava o Galo da Madrugada.

Com um enredo para lutar pelo primeiro lugar o Salgueiro foi a segunda escola a desfilar e falou sobre a “Ópera dos malandros”. Tão logo os primeiros acordes do samba-enredo começou a tocar na Marquês de Sapucaí o setor 1 começou a gritar “É campeã”. O carro abre-alas teve problemas e as luzes dos postes que adornavam a alegoria não acenderam. Ainda na passarela os bombeiros precisaram ser acionados porque fumaça começou a sair da alegoria, mas nada que prejudicasse a evolução.O malandro batuqueiro que sabe o que quer e do que gosta, vaidoso e que se preocupa em se vestir bem e se divertir pelos bares e cabarés da cidade foi retratado ao longo da avenida através de suas diversas facetas, num belo e luxuoso desfile do casal de carnavalescos Márcia e Regina Lage. A bateria “Furiosa” do mestre Marcão veio vestida do personagem Geni e um Zepelim inflável sobrevoou os ritmistas, uma alusão a música de Chico Buarque “Geni e o Zepelim, que faz parte do musical “A Ópera do Malandro”. Já a fantasia de malandro da rainha de bateria, a atriz Viviane Araújo, dividiu opiniões.

A São Clemente foi a terceira escola a entrar na avenida. Com o enredo “Mais de mil palhaços no salão” a única representante da zona sul carioca, levou para a passarela a alegria dos palhaços e das palhaçadas, sem deixar de lado a ironia ao mostrar quando o povo brasileiro é tratado como tal, e levou para a Sapucaí uma ala intitulada “Panelaço”, referente as manifestações contra a presidente Dilma Rousseff que se espalharam pelo Brasil em 2015. A carnavalesca Rosa Magalhães conhecida por seu carnaval requintado e luxuoso espera ficar entre as seis primeiras colocadas e voltar para o sábado das Campeãs. A escola teve problema com o terceiro carro que empacou no meio da avenida e um clarão se abriu durante o desfile. A ala que vinha atrás precisou desacelerar para não prejudicar mais a evolução. Ao chegar ao setor 13 a escola foi abraçada pelo público. A rainha de bateria Raphaela Gomes caiu durante o percurso, após o desfile a musa falou que havia muito óleo na pista por isso escorregou.

A Portela entrou na avenida com o objetivo de quebrar o jejum de mais de três décadas sem levantar a taça de campeã do carnaval carioca. A maior vencedora da elite do samba do Rio de Janeiro trouxe para a passarela o enredo “No voo da águia, uma viagem sem fim” e ouviu do começo ao fim de seu cortejo o grito de “É campeã”.

A tradição da escola de Madureira unida com as inovações e ousadia de Paulo Barros levou para a Marquês de Sapucaí paraquedistas abrindo o desfile e muitos efeitos especiais, além dos famosos carros coreografados. A comissão de frente deu show e Barros não fugiu de sua identidade ao colocar 14 bailarinos simulando o movimento das águas, na Odisseia de Homero, em uma alegoria com 30 toneladas de água. O quarto carro “Perdidos no Espaço” deu ar de ficção científica ao desfile com um drone sobrevoando a alegoria. Com alas muito bem coreografadas, fantasias, alegorias e adereços impecáveis a azul e branco vem forte para brigar pelo título.

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A Imperatriz Leopoldinense deu seu grito de guerra à moda de viola, puxado pelos homenageados Zezé Di Camargo e Luciano com “É o amor”. Em seguida a cantora, compositora e multi-instrumentista Lucy Alves interpretou o samba-enredo acompanhada de uma sanfona. Com o enredo “Dois filhos de Francisco” para compor o enredo “É o amor… que mexe com minha cabeça e me deixa assim… Do sonho de um caipira nascem os dois filhos do Brasil” a agremiação de Ramos além de contar a trajetória musical da dupla sertaneja levou para a Sapucaí a história de vida dos irmãos, que deu também já foi contado nos cinemas em “Dois Filhos de Francisco”

Para contar a história dos sertanejos, o carnavalesco Cahê Rodrigues lançou mão da estética caipira com muitas referências da roça, de rodeios e da vida simples do campo.

A agremiação fez um desfile perfeito tecnicamente como de costume, mas não conquistou o público nas arquibancadas. A família Camargo veio no último carro “É o amor… Que mexe com a minha cabeça e me deixa assim”.

A Estação Primeira de Mangueira foi a responsável por fechar a disputa do carnaval carioca. Com o enredo “Maria Bethânia, a menina dos olhos de Oyá”, a verde e rosa homenageou os 50 anos de carreira de Bethânia. O carnavalesco Leandro Vieira, estreante no Grupo Especial, evocou Iansã, orixá da cantora para falar do seu lado religioso.

As fantasias fizeram um jogo de cores muito bem trabalhados e chamou a atenção. Um dos carros da escola teve problemas com suas luzes, que apagaram durante parte do desfile. Uma das escolas mais queridas levou para a avenida grandes nomes da música brasileira como Caetano Veloso, Alcione, Adriana Calcanhoto, Beth Carvalho, entre outros artistas. Com um samba enredo de fácil entendimento a bateria de Rodrigo Explosão conquistou o público que resistiu até as 5h da manhã de terça-feira.

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Sem conquistar um título desde 2002, a escola passou bonita e perfeita mais não deve figurar entre as favoritas a levantar a taça de campeão do carnaval carioca de 2016.

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