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Roberto Bolaños é enterrado na Cidade do México

Criador e intérprete de personagens como Chaves e Chapolin Colorado, o ator foi sepultado no Panteón Francés de la Piedad

Por Da Redação
1 dez 2014, 18h51

Roberto Gomez Bolaños, o nome por trás de seriados como Chaves e Chapolin, foi enterrado nesta segunda-feira no cemitério Panteón Francés de la Piedad, na Cidade do México. O corpo do humorista chegou ao local pouco depois do meio-dia (horário local, 16 horas no horário de Brasília). As informações são do site do jornal mexicano El Universal.

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Amigos e familiares compareceram ao enterro. “Descanse em paz, papai. Foram revelados os mistérios do sábio. Você já viu a face de Deus”, disse uma das filhas de Bolaños no começo do funeral, segundo o site.

O ator, morto na última sexta-feira por uma parada cardíaca, aos 85 anos, foi homenageado durante todo o fim de semana. Entre sexta-feira e sábado, o corpo de Bolaños foi transferido de Cancun, onde morava com a mulher, Florinza Meza, a Dona Florinda de Chaves, à Cidade do México. À noite, foi realizada uma missa exclusiva a parentes e amigos na sede da Televisa, emissora que exibia os programas do humorista no México. No domingo, Bolaños foi recebido por 40.000 pessoas no Estádio Azteca para uma cerimônia de despedida.

Depois de uma missa realizada no local, centenas de crianças vestidas como os personagens Chaves e Chapolin Colorado cantaram e soltaram pombas – algumas voaram sobre o Azteca, enquanto outras pousaram no gramado, em cujo centro um palco coberto foi montado para receber o caixão.

No Brasil, a cerimônia foi transmitida pelo SBT, a casa oficial do Chaves no país, durante o Programa Eliana. Ao mesmo tempo em que acontecia o velório de Bolaños no México, fãs brasileiros se reuniam no Memorial da América Latina, em São Paulo, para visitar uma réplica do set da Vila do Chaves, montada pelo SBT. De acordo com o Memorial, a exposição poderá ser visitada até domingo, 7 de dezembro.

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‘Que Bonita Sua Roupa’

Quem é fã do seriado sabe pelo menos cantar o refrão de Que Bonita sua Roupa, número musical exibido no episódio Uma Aula de Canto de Chaves, que é dedicado especialmente ao garoto maltrapilho que mora em um barril. “Que bonita a sua roupa / Que roupinha mucho louca / Nela é tudo remendado / Não vale nenhum centavo / Mas agrada a quem olhar”, diz a canção. 

O cão arrependido

Uma das cenas clássicas do seriado é o poema recitado por Chaves no chamado Festival da Boa Vizinhança, realizado na Vila, que deixaria Drummond e Camões com inveja. “Volta o cão arrependido / Com suas orelhas tão fartas / Com seu osso roído / E com o rabo entre as patas”, diz o personagem duas vezes. Ao ser interrompido por Seu Madruga, ele conta que os versos são repetidos outras 44 vezes.

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O filme do Pelé

“Teria sido melhor ir ver o Pelé”, diz Chaves no episódio Vamos ao Cinema. O garoto acompanha os outros personagens da Vila ao cinema para assistir a um filme sugerido por eles, mas não fica nem um pouco satisfeito com a escolha e repete inúmeras vezes a frase, irritando todos ao redor. O que poucos sabem é que na versão original, do México, Chaves diz: “Teria sido melhor ir ver o filme do Chanfle”, referindo-se ao protagonista de dois filmes dirigidos por Bolaños. Mas o bordão adaptado pegou entre os brasileiros.

Já chegou o disco voador

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Em outro episódio, Seu Madruga combina com Chaves para que o garoto o avise caso Seu Barriga apareça na Vila para cobrar seu aluguel atrasado, dizendo o código enigmático “Já chegou o disco voador”. O problema é que, ao mesmo tempo, Quico está à procura de seu disco voador de brinquedo e grita para a mãe, ”Já se foi o disco voador”, o que causa um nó na cabeça de Seu Madruga, que não sabe se se esconde ou se retoma a sua rotina dentro de casa.

Vendedor de churros

Entre os empregos que Chaves arrumou para conseguir alguns trocados, ou apenas um sanduíche de presunto, estava o de ajudante de vendedor de churros na banca armada por Seu Madruga. Como truque de marketing, ele entoa com uma voz aguda:  “Aqui estão os churros, olha os churros”. Mas a estratégia não funciona e ele acaba vendendo para si mesmo, imitando alguns personagens da Vila.

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Popularidade – A morte de Bolaños deixou órfã uma geração de fãs brasileiros que cresceu assistindo aos episódios de Chaves, a sua principal criação, reprisados exaustivamente pelo SBT ao longo das últimas três décadas. Um grupo de admiradores fiel que, ignorando todas as limitações técnicas da produção, sempre garantiu ótimos resultados de audiência ao programa mexicano – e sempre mostrou um impressionante poder de mobilização a cada ameaça de cancelamento das exibições do seriado, com campanhas fora e dentro das redes sociais. Nesta sexta, com a notícia da morte do humorista, a direção do SBT estuda levar ao ar um especial para homenageá-lo.

Razão de tanto carinho, a história do garoto orfão que “sem querer querendo” inferniza a vida da vizinhança caiu nas graças do público apostando em piadas ingênuas e sem apelação: um exemplo claro do tipo de humor que Bolaños pregava. “Quando sobram piadas chulas, é porque falta talento”, afirmou o mexicano em entrevista a VEJA em 1999. Mesmo não sendo um adepto do politicamente correto – como as pancadas de Seu Madruga em Chaves deixam claro -, Bolanõs fugia do humor preconceituoso nos seus roteiros. “Sempre evitei fazer piadas com raças, religiões, opções sexuais e mulheres. Aliás, nos meus programas as meninas sempre são mais inteligentes. No Chaves, era a Chiquinha quem arquitetava os planos mirabolantes”, comentou.

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