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“Queremos terminar ‘Game of Thrones’ como ‘Breaking Bad'”, diz roteirista da série

D.B. Weiss afirma, em evento no Rio, que o segredo de 'Game of Thrones' é "matar alguém bacana de vez em quando” e, com isso, manter em alta a expectativa do público

Por Patrícia Villalba, do Rio de Janeiro
13 mar 2014, 16h59

“É uma experiência aterrorizante: entrar num castelo na Escócia e ver 500 pessoas trabalhando para criar aquilo que você escreveu. Há atores que nunca se viram pessoalmente e só vão se conhecer nas premiações”

Fã de ’24 Horas’, D.B. Weiss nunca temeu pela vida do agente Jack Bauer (Kiefer Sutherland). “Ele poderia estar na mira de um laser ou ter uma explosão sobre a cabeça, mas a gente sabia que ele jamais morreria”, diz ele, para explicar qual seria um dos grandes segredos de Game of Thrones, série da HBO que dividiu a história da televisão ao alcançar um apuro técnico que só se via no cinema e, de quebra, popularizou o gênero fantasia entre adultos. “Em Game of Thrones, a ideia é que ou você vence ou você morre. Então, o segredo é matar algum personagem bacana de vez em quando”, divertiu-se ele, em palestra no Rio Content Market, que reúne produtores independentes no Rio até esta sexta-feira.

Para Weiss, vale mais o “se” do que o “como” na criação da narrativa da série, baseada nos livros As Crônicas de Gelo e Fogo do americano George R.R. Martin, cuja quarta temporada tem estreia mundial em 6 de abril. Dentro de um universo que se localiza “em algum lugar da Europa medieval”, a história prende principalmente por grandes surpresas, lançadas a plateia sem nenhum (ou quase nenhum) pudor. “Quando fizemos o piloto, mostramos para conhecidos, e um amigo roteirista, ao fim daquela última cena perguntou, consternado: ‘Eles são irmãos, é isso?”, lembrou o roteirista, que trabalha em parceria com o amigo David Benioff . “Quando eu disse que sim, ele respondeu ‘amigo, você tem uma grande encrenca nas mãos”, lembrou.

D.B. Weiss, roteirista da série 'Game of Thrones', no Rio Content Market 2013
D.B. Weiss, roteirista da série ‘Game of Thrones’, no Rio Content Market 2013 (VEJA)

Claro que agora, após o sucesso, ninguém pode imaginar que um canal recusaria um projeto tão incrível. Mas essa sensação só comprova a competência da adaptação, uma vez que o próprio David Benioff, o autor do projeto, teve certa dificuldade para avançar pelas quase 900 páginas (no original em inglês) de Martin no início – a intenção era levar a história aos cinemas. Curiosamente, foi a cena descrita acima, entre Cersei Lannister (Lena Headey) e Jamie Lannister (Nikolaj Coster-Waldau), que o fez continuar. “David quase largou o livro por causa daqueles nomes todos. Mas veio a cena do menino na janela. Ele arregalou os olhos, me ligou e disse ‘compre o livro’. E eu li em dois dias”, contou Weiss.

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Em 2006, os dois chegaram à conclusão de que seria impossível fazer um filme sem massacrar a história. Melhor seria fazer uma série de TV. Mas qual canal apostaria tão alto? O Showtime, primeira opção, confessou não ter recursos. “A HBO era a única capaz de fazê-lo. Fomos apresentar o projeto sabendo que era uma oportunidade em um milhão”, contou.

Para levantar a produção dos dez episódios de 50 minutos cada por temporada, há equipes espalhadas pela Escócia, Marrocos, Croácia, Irlanda e Islândia, além da pesada pós-produção em Los Angeles. “É uma experiência aterrorizante: entrar num castelo na Escócia e ver 500 pessoas trabalhando para criar aquilo que você escreveu. Há atores que nunca se viram pessoalmente e só vão se conhecer nas premiações”, pontuou o criador, espantado com seu próprio cotidiano.

https://youtube.com/watch?v=xIASaUUwklk

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Entre cenas do seriado e bastidores, o apresentador Brett Martin quis saber como os roteiristas distribuem as cenas de violência e sexo. “São cenas de um mundo que precisa parecer real. E isso acontece na vida real de algumas pessoas”, respondeu. “É injusto que a série seja classificada pelas cenas de sexo, mais citadas que as de violência – que, para mim, deveriam chocar mais. Mas não temos um check list para uma quantidade de cenas com seios a mostra”, afirmou.

Breaking Bad – Fã de ‘Breaking Bad’, ele defende as séries que têm data para acabar. “Quando acabou, parecia que tinham arrancado um pedaço de mim. É assim que tem que ser. Não sei se podemos fazer como eles, mas é isso queremos para Game of Thrones”, disse.

Martin vai encerrar a história no sétimo livro. Desde 1996, quando saiu o primeiro volume, A Game of Thrones, foram lançados cinco. Numa situação nada comum em processos de adaptação, os roteiristas têm acompanhado o trabalho do autor de perto – ele prometeu lançar o sexto volume, The Wints of Winter, neste ano. “Bem que eu gostaria que adaptar, fosse apenas como uma leitura, mas há muito a fazer aqui. Como não queremos cortar alguma linha da história ou comprometer algo que Martin ainda vai escrever, temos conversado bastante”, revelou Weiss, que planeja encerrar a série na sétima temporada. “Claro que esperamos que ele crie algo incrível para o final, e quanto mais falamos com ele, mais temos certeza de que assim será”. Os fãs não perdem por esperar.

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