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Nobel de literatura vai para o francês Patrick Modiano

Academia Sueca destacou papel do escritor em resgatar a memória da ocupação francesa pelos nazistas

Por Da Redação
9 out 2014, 08h06

O Prêmio Nobel de Literatura de 2014 ficou com o francês Patrick Modiano, 69. Filho de um judeu de Alexandria e de uma comediante belga que se conheceram durante a ocupação nazista na França (1940-44), Modiano teve ressaltada pela Academia Sueca a sua habilidade de trabalhar com a memória e de resgatar esse período sombrio da Segunda Guerra Mundial, em que são ambientados muitos de seus livros. Décimo quinto francês a conquistar o prêmio, o escritor vai receber 8 milhões de coroas suecas (2,67 milhões de reais). O último francês a ganhar o Nobel de Literatura foi Jean-Marie Gustave Le Clézio, em 2008.

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“O vencedor do Nobel de Literatura este ano é o francês Patrick Modiano, pela arte da memória, com a qual evocou os destinos humanos mais incompreensíveis e descortinou ao mundo a vida na ocupação”, diz o texto do anúncio oficial da Academia Sueca, feito às 13h em Estocolmo (8h em Brasília). Modiano costuma dizer que sua memória teve início antes de seu nascimento, em referência à relação de seus pais, amantes clandestinos em um território ocupado. Mas não foi apenas com a perda do pai que ele teve de lidar ainda cedo: o escritor também perdeu um irmão, ao qual era muito afeiçoado, na adolescência.

Autor de livros como Dora Bruder, Vila Triste, Meninos Valentes, Ronda da Noite e Do Mais Longe do Esquecimento, lançados no Brasil pela Rocco e já fora de catálogo, Modiano é muito popular na França, onde é considerado um dos autores mais importantes da atualidade. Em 1978, ele venceu o Goncourt, principal prêmio literário do país, pelo livro Rue des Boutiques Obscures, lançado no Brasil como Uma Rua de Roma, também pela Rocco. Vive em Paris e faz da cidade cenário recorrente em seus textos. Já na língua inglesa, ele quase não tem tradução. Um dos únicos lançados em inglês, Dora Bruder foi publicado pela editora da Universidade da California, em 1999.

“Modiano tem cerca de 30 livros, a maioria romances. São obras muito curtas que se constituem em variações de um mesmo tema, a memória da perda, a relação entre identidade e memória”, disse o escritor e historiador sueco Peter Englund, secretário da Academia Sueca, em entrevista após o anúncio do prêmio. “São livros curtos e pequenos, não são difíceis de ler, você pode ler um à tarde e outro depois do jantar. Mas são muito bem escritos, muito elegantes.”

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Para quem ainda não conhece a obra de Modiano, Englund, recomendou o vencedor do Goncourt. “Para quem deseja começar a ler sua obra, recomendo Uma Rua de Roma, sobre um detetive que perdeu a memória e precisa descobrir quem ele realmente é. Para isso, precisa refazer os próprios passos. É um livro muito divertido, que brinca com o gênero policial.”

Modiano também tem trabalhos no cinema. Ele aparece como roteirista nos créditos dos filmes Viagem do Coração (2003), de Jean-Paul Rappeneau, Lacombe Lucien (1974), de Louis Malle, Le Parfum d’Yvonne (1994), de Patrice Leconte, e Une Jeunesse (1983), de Moshé Mizrahi, os dois últimos adaptados de obras suas. E, de acordo com o site especializado em cinema IMDB, o autor também atua. Ele apareceu ao lado Catherine Deneuve em Genealogias de um Crime (1997), de Raoul Ruizfilm.

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