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Porta dos Fundos satiriza mundo do entretenimento no cinema

Filme ‘Contrato Vitalício’, que estreia nesta quinta, marca a chegada do grupo de humor à sala escura

Por Henrique Castro
30 jun 2016, 12h49

O Porta dos Fundos tem uma carreira bem consolidada na internet, onde os esquetes postados no YouTube acumulam milhões de visualizações. Nos últimos tempos, entretanto, a produtora tem se arriscado em outras plataformas. No ano passado, o grupo lançou a série de TV O Grande Gonzalez, pelo canal pago Fox, e nesta quinta-feira chega ao cinema, com a estreia de Porta dos Fundos – Contrato Vitalício. O filme prova mais uma vez que o conteúdo do grupo não tem forma e funciona em qualquer mídia. O longa traz as principais características do Porta: um humor livre que ironiza a tudo e a todos, desta vez de maneira metalinguística: o filme é uma grande sátira ao mundo do entretenimento.

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A trama começa quando Miguel (Gregório Duvivier), um cineasta, e Rodrigo (Fábio Porchat), a estrela de seu filme Oxigênio, vencem de maneira inesperada um prêmio no Festival de Cannes. A vitória é comemorada em uma festa na França, na qual ambos exageram na bebida e decidem assinar um contrato vitalício em um guardanapo. O texto garante que o ator deverá participar de todas as futuras produções do diretor. A ideia é inspirada em uma antiga brincadeira de Porchat com o diretor do Porta dos Fundos, Ian SBF. Eles costumavam dizer que iriam fechar um acordo nesses moldes por gostar de trabalhar juntos.

Já no hotel, Miguel desaparece de maneira misteriosa depois de entrar no banheiro da sua suíte. Com o sumiço, Rodrigo volta ao Brasil e constrói uma carreira de sucesso, sem nunca saber o que aconteceu com o amigo. Até que dez anos depois, ao voltar ao Festival de Cannes, dessa vez como parte do júri, o ator entra no mesmo aposento onde havia se hospedado Miguel e é surpreendido por ele, que sai do toalete de repente.

O cineasta justifica o seu desaparecimento com um papo maluco: diz que foi sequestrado por uma colônia de alienígenas que vivem no centro da Terra. Até aí, tudo bem, ou mais ou menos bem. O ruim mesmo é quando Miguel resolve passar para a tela a sua suposta vivência com os extraterrestres e escala Rodrigo no elenco, que não pode recusar, por conta do contrato vitalício firmado no guardanapo.

O humor do filme gira em torno da sobriedade de Rodrigo em meio a um mar de tresloucados. Além de Miguel e de sua história mirabolante, que pode comprometer a carreira em ascensão de Rodrigo, o longa conta com personagens esquisitões – sátiras de figuras do mundo do entretenimento. O assessor Ulisses (Luis Lobianco), por exemplo, vive no celular e parece se importar mais em aparecer – ele mesmo – na imprensa do que em atender o cliente.

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Outras personagens também são caricaturas de figuras da área. Fernanda (Thati Lopes), namorada de Rodrigo, é uma vlogueira que transmite detalhes de sua vida 24h por dia aos seguidores através do Snapchat e do Instagram, enquanto Lorenzo (Marcos Veras) é o repórter sensacionalista de uma revista de fofoca. Até mesmo cargos menos conhecidos do grande público ganham representantes birutas: caso de Denise (Júlia Rabello), uma preparadora de elenco que tortura o ator Paulo (Rafael Portugal), o líder extraterrestre no filme, ao exigir dele tarefas das mais insanas, com a justificativa de que isso o ajuda a incorporar o papel. E há personagens outsiders como o mendigo Luciano (João Vicente de Castro), recrutado por Miguel para ajudar na produção do filme, apesar de não ter o menor preparo para a tarefa.

A fórmula segue a linha dos vídeos no YouTube, onde o Porta dos Fundos brinca com estereótipos. E, assim como nos esquetes, ela funciona no cinema, e faz rir. O grupo de personagens desvairados vai enlouquecendo Rodrigo, e é daí que surge a maior graça da trama. A cada momento, algo surreal acontece e torna a situação mais insuportável para o ator – e mais cômica para o público.

Há outra característica do Porta que contribui para o filme: a falta de filtro. Há piadas com patrocinadores do próprio longa, celebridades globais e cantores famosos. Uma das cenas mais engraçadas, por exemplo, é uma provocação ao casal Luciano Huck e Angélica – que têm seus “filhos” inseridos na produção. Além disso, participações especiais acrescentam muito ao filme, com destaque para as dos apresentadores Marília Gabriela e Sérgio Mallandro.

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Em sua estreia no cinema, o Porta dos Fundos reafirma que sabe fazer um humor de qualidade – e boas alfinetadas. O grupo mostra que consegue arrancar risadas do público tanto em vídeos de cinco minutos como em uma hora e quarenta minutos de cinema.

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