‘O Último Caçador de Bruxas’ decepciona até nas brigas de Vin Diesel

Depois de blockbusters como os da franquia Velozes e Furiosos, cujo último episódio arrecadou 1,5 bilhão de dólares ao redor do mundo neste ano, Vin Diesel se tornou sinônimo de bilheteria. E o ator agora quer mais, ao protagonizar e produzir O Último Caçador de Bruxas, filme que é uma verdadeira salada de frutas de tantos elementos retirados de outros longas. Dirigido por Breck Eisner (Sahara), a produção que estreou nesta quinta mostra um mundo em que bruxas convivem anonimamente entre pessoas normais, embora algumas não respeitem as regras estabelecidas e usem magia às vistas de “leigos”. Essas devem ser presas pelo caçador Kaulder, interpretado por Vin Diesel. Uma louca mistura de Harry Potter, com Homens de Preto com pitadas de Blade, O Caçador de Vampiros (1998) e João e Maria: Caçadores de Bruxas (2013).

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A trama começa 800 anos atrás, com Kaulder de barba e cabelo comprido, como um viking. Ele é o membro da Ordem Machado e Cruz que mata a Rainha Bruxa – e é amaldiçoado por ela com a vida eterna. Então, o filme avança para os dias atuais, em Nova York, com Kaulder sem barba e careca, no “cargo” de vigilante de bruxas, o qual ele pretende abandonar para “aproveitar a vida”, conselho recebido do 36º Dolan (Michael Caine), uma espécie de padre-secretário do caçador. O 36º Dolan está a caminho de se aposentar e ser substituído pelo 37º, interpretado por Elijah Wood, contudo, um feitiço o deixa quase morto e obriga Kaulder a eliminar quem lançou a magia para salvar o padre. Com a ajuda da bruxa Chloe (Rose Leslie de Game of Thrones), o caçador descobre que há segredos sobre a Rainha que a Ordem não lhe revelou, e começa a suspeitar que ela possa retornar do além.

Os roteiristas Cory Goodman, Matt Sazama e Burk Sharpless não têm currículo extenso, mas já assinaram produções de aventura e fantasia semelhantes a O Último Caçador de Bruxas. Enquanto o primeiro escreveu Padre (2011), Sazama e Sharpless estão por trás da trama de Drácula: A História Nunca Contada (2014). É possível dizer que trio acerta – seu único acerto – ao criar um mundo moderno com bruxos espalhados entre nós, mas erra ao explorar esse ponto apenas visualmente, sem se aprofundar em como essa relação se dá. A curiosidade do espectador para saber mais sobre esse universo é despertada, mas pouco correspondida pelo longa, que aborda superficialmente a origem dos personagens, em especial a de Chloe. Além disso, a história é apresentada de forma excessivamente didática, o que a deixa arrastada.

As cenas de briga, que poderiam compensar a falta de profundidade da trama, são poucas e previsíveis, sem causar apreensão a quem assiste. A mistureba O Último Caçador de Bruxas é um passatempo bom somente para os fãs de Vin Diesel. E olhe lá.