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Novo longa de La Iglesia diverte, mas tem clímax demais

Exagero pauta 'As Bruxas de Zugarramurdi', novo longa do diretor espanhol que fez o cult 'O Dia da Besta' (1995). Filme levou oito prêmios Goya

Por Simone Costa
27 out 2014, 08h10

Na Puertas del Sol, um dos pontos mais concorridos no centro de Madri, duas estátuas vivas – uma vestida como soldadinho de chumbo e outra como um Cristo prateado – tramam alguma coisa. Por ali também estão um Bob Esponja gigante, uma Minnie e um Homem Invisível. Rapidamente, os dois primeiros invadem uma loja de compra e venda de ouro depois que um garoto de uns 8 anos avisa que podem entrar. Em meio ao assalto, o Cristo discute com o parceiro, que quer saber por que o garoto está ali. Aquele é o único dia em que ele pode ficar com o filho, explica. Aliás, só está naquele assalto por causa dele, já que precisa pagar a pensão alimentícia. Um dos clientes da loja, no chão, com as mãos na cabeça, diz que entende como é ter de dar dinheiro para a ex-mulher. Mas não há tempo para bate-papo. Do lado de fora, o Bob Esponja já está morto e a Minnie e o Homem Invisível estão sendo perseguidos. É preciso fugir.

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Durante o trajeto, o taxista Manuel (Jaime Ordóñez) junta-se a eles depois de ouvir José argumentar como as mulheres são perigosas e podem acabar com a vida de um homem. Todos naquele carro se sentem na mesma situação. Frases de efeito e comentários maliciosos sobre as mulheres poderiam soar como misoginia pura não fossem os homens do longa caracterizados como verdadeiros idiotas. A “guerrinha dos sexos” criada no filme é importante para a entrada das bruxas do título na história, mas, repetida do início ao fim, cansa. As tais bruxas, que o grupo encontra pelo caminho na fuga para a França, vivem em Zugarramurdi e o que elas querem dos homens é muito mais do que o ouro roubado.

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As Bruxas de Zugarramurdi é um filme eletrizante. São quase duas horas de uma primeira parte que consiste na fuga e outra que mostra a passagem dos cinco personagens pela casa gótica das bruxas, comandadas por ninguém menos que Carmen Maura. A sensação é a de que o longa é feito de um clímax constante. É como se ele estivesse alguns tons acima e em um certo momento esperássemos por um respiro. A proposta que soa meio anárquica poderia funcionar perfeitamente não fosse esse excesso não só de informação, como de efeitos especiais – que no final das contas, nem são tão especiais assim. A cena do roubo e a fuga, uma road trip em que surgem discussões hilárias, são as melhores partes do filme. O ambiente das bruxas é o mais prejudicado pelos exageros. Perto do fim, Álex de La Iglesia ainda faz surgir uma criatura que quase nos apaga a boa impressão do início do longa. Mas, fazendo um balanço, a primeira metade já justifica assisti-lo e garante uma boa diversão.

Serviço:

Dia 27/10, às 21h35 – Cine Caixa Belas Artes – Sala SPCine

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Rua da Consolação, 2423 – Tel: (0/xx/) 2894-5781

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