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‘Não acredito na felicidade’, diz Paulo Coelho ‘antiautoajuda’

Escritor disse preferir a alegria em entrevista coletiva em Madri sobre o seu novo livro, 'O Manuscrito Encontrado em Accra', que trata da crise de valores da sociedade atual e que, segundo ele, tem 'perguntas e não respostas'

Por Da Redação
21 nov 2012, 19h14

Após três anos sem aparecer publicamente e depois de se recuperar de uma operação no coração, o escritor Paulo Coelho lançou em Madri nesta quarta-feira seu último livro, O Manuscrito Encontrado em Accra, em evento em que procurou afastar a imagem de autor de autoajuda e mais uma vez defendeu o uso e a força da internet e das redes sociais. O novo romance, que sai no Brasil e na América Latina nesta semana (exceto na Colômbia, onde sai dia 6, junto com o lançamento americano), trata da crise de valores da sociedade, tema que Coelho reconheceu ter lido na obra O Profeta, do libanês Khalil Gibran (1883-1931), e que serviu de trampolim para o escritor falar de felicidade e afirmar ter não ter respostas, “mas muitas perguntas”.

“Homenagem” a Gibran, O Manuscrito Encontrado em Accra é uma parábola sobre a falta de valores que, segundo o escritor, são os mesmos de 1.000 ou 5.000 anos atrás, um livro sobre a eterna pergunta “Quem sou eu?”. Quando perguntaram ao escritor sobre a felicidade, ele disse não acreditar nela. “É uma invenção do século XVIII. Agora temos o consumo, que pode fazer muita gente parecer feliz”, disse. “Não me interessa a felicidade, prefiro a alegria. A felicidade é para o tempo e o espaço, nada mais.”

Na obra, Coelho narra a história do manuscrito de Accra, escrito em árabe, hebraico e latim, que conta o relato sobre os conselhos que um sábio grego deu à população de Jerusalém na véspera da invasão dos cruzados. A obra é escrita de forma metafórica e dirigida a todos aqueles que se deixam surpreender, que têm curiosidade e que não esquecem a criança que todos carregam em si, disse Coelho. “A criança é o que fala com a voz mais pura, que enfrenta os desafios do mundo sem preconceitos”, acrescentou.

Oo autor de 64 anos, com uma biografia intensa, hippie, rebelde, espiritualizado, viajante do mundo e vítima de torturas durante a ditadura, entre outras facetas, que encontrou a paz em 1986 após percorrer o Caminho de Santiago, acredita que a crise de valores corra em paralelo com uma revolução tecnológica comparável ao Renascimento. “Para mim, escrever é ter contato humano. Nunca compreendi isso do escritor isolado em sua torre de marfim. A internet é uma revolução, e as redes sociais, Twitter, Facebook, meu blog e os posts, mudaram tudo. Criou outro Renascimento”, analisou o autor de O Alquimista, em uma sala repleta de jornalistas.

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Coelho, que tem 17 milhões de seguidores nas redes sociais e vendeu cerca de 150 milhões de livros em 168 países e em 73 idiomas, tuitou antes de iniciar a coletiva para comunicar que estava apresentando seu livro. “A tendência do escritor hoje em dia é escrever nas plataformas para compartilhar o seu trabalho. O sonho do escritor é ser lido, não fazer um jardim para seu livro, mas captar outras sensações humanas, compartilhar para que haja uma compressão mútua”, argumentou o escritor, que foi bastante prolixo, levando em conta que não tem dado entrevistas nem feito eventos de lançamento de seus livros.

(Com agência EFE)

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