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Livros e exposições celebram 100 anos de Tomie Ohtake

Dama das artes visuais brasileiras comemora centenário com alta produtividade

Por Meire Kusumoto Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 17 nov 2013, 08h11

Se Masutaro Nakakubo, o quarto irmão de Tomie Ohtake, caçula e única mulher de seis filhos, não fosse um rapaz rebelde, ela não estaria aqui. Foi por seu mau comportamento que Masutaro foi enviado pela mãe do Japão para o Brasil, onde a irmã viria visitá-lo, às vésperas da Segunda Guerra Sino-Japonesa, que estouraria em 1936 e impediria o trânsito para o Japão, em navios, de quem não estivesse alistado e a serviço do país no conflito. Toda essa série de eventos, felizmente para a história de Tomie, fez com que ela ficasse por aqui, se apaixonasse e formasse família – e mais tarde um ateliê – e que trilhasse um longevo caminho na história da arte brasileira, algo que, aliás, faz até hoje, aos 100 anos.

Se a energia da artista diminuiu com o avanço da idade, não é algo que se pode perceber tão facilmente. Em setembro, dois meses antes do centenário, Tomie esteve em Santo André, cidade da Grande São Paulo, para inaugurar uma obra pública. Na semana de seu aniversário, 21 de novembro, está escalada para um jantar comemorativo e o coquetel de abertura da exposição Gesto e Razão Geométrica, que reunirá no Instituto Tomie Ohtake, em São Paulo, pinturas feitas desde 1952, quando a artista iniciou carreira no mundo das artes, até os dias atuais.

O ano ainda tem outros eventos e lançamentos agendados para comemorar os 100 anos de Tomie. No dia 19 de novembro, chega ao Museu de Arte do Rio (MAR), no Rio de Janeiro, a exposição Pinturas Cegas, com um conjunto de obras feitas pela artista de olhos vendados, entre 1959 e 1962. Em dezembro, Tomie terá uma mostra de suas gravuras, concluídas entre 1968 e 2009, em uma sala do gabinete da presidência, em Brasília. Além disso, estão em cartaz outras cinco exposições da artista pelo país, em cidades como Registro (SP) e Salvador (BA). Também chegam às livrarias, em 2013, dois lançamentos ainda sem título: um livro sobre a obra de Tomie, preparado pelo curador do MAR, o amigo Paulo Herkenhoff, e um sobre as obras públicas feitas pela artista ao longo de sua carreira.

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O ano agitado de Tomie é só mais um desde que ela deixou de se dedicar apenas à família para se iniciar nas artes, aos 39 anos. Depois de criar Ruy e Ricardo, seus filhos com o engenheiro agrônomo Ushio Ohtake, a artista, que se naturalizaria brasileira em 1968 para representar o país na Bienal de Veneza, deu os primeiros passos na pintura, que começaria figurativa, mas logo se encaminharia para o abstrato. Em suas telas, Tomie une a geometria e o gestual, com formas feitas à mão livre, concedendo notoriedade às pinceladas.

Mas, inquieta, não se contentou com apenas a pintura e ampliou sua obra. “Além de uma grande pintora, a Tomie tem um ímpeto de avançar sobre as linguagens, faz gravuras, esculturas, ocupa o espaço público e faz instalações, como o cenário da ópera Madame Butterfly, para o Teatro Municipal do Rio de Janeiro, em 1983″, diz Miguel Chaia, amigo pessoal da artista e pesquisador de arte, mídia e política da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Para celebrar o centenário de Tomie Ohtake, o site de VEJA preparou um especial com biografia completa, entrevistas com especialistas e fotos raras da artista. Confira.

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