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John Galliano culpa vício em drogas por ato antissemita

Em sua primeira entrevista desde a agressão que culminou na maior derrocada de sua carreira, o estilista diz que ficou escravo do próprio sucesso e usou a adição para amenizar o sofrimento

Por Da Redação
4 jun 2013, 21h47

Há dois anos banido do mundo da moda, o estilista John Galliano adotou uma postura arrependida em sua primeira entrevista desde o caso de agressão antissemita que culminou em sua demissão da grife Dior da qual era diretor criativo. Ouvido pela revista americana Vanity Fair, ele atribuiu a maior derrocada de sua carreira ao abuso sem freios de drogas e álcool. “Foi a pior coisa que já disse na vida, mas não tive a intenção. Eu tenho tentado entender o motivo de ter nutrido tanta raiva por essa raça. Estava tão furioso e desconectado de mim mesmo que me comportei da forma mais maldosa que pude.”

Galliano foi detido em fevereiro de 2011, em Paris, acusado de dirigir insultos antissemitas a um casal no terraço de um café no bairro de Marais, conhecido por ser um reduto da comunidade judaica na cidade. Dias depois caiu na internet um vídeo em que ele aparecia bêbado e dizia amar Hitler. O estilista foi demitido da Casa Dior e condenado por agredir o casal e também uma senhora xingada por ele no mesmo café. Ele escapou da prisão, mas teve que pagar multas no valor de 6 000 euros (cerca de 15 000 reais).

Na entrevista, Galliano conta que passou os últimos dois anos em tratamento para superar o vício e tomando medidas concretas para refazer sua reputação entre os judeus e, assim, arquitetar sua volta ao trabalho. Ele disse que tem lido livros sobre o Holocausto e se encontrado com líderes religiosos e empresários judeus. O estilista afirma estar sóbrio e pronto para recomeçar.

Reabilitação – Galliano se internou em uma clínica de reabilitação, no Arizona, Estados Unidos, em março de 2011. Na primeira vez que foi autorizado a usar o telefone na clínica, ele contactou Bill Gaytten, seu braço direito na criação da grife Galliano. “Ele só me disse: ‘você tem ideia do que fez?” E eu disse: ‘mais ou menos’. Ainda não estava consciente do que realmente havia feito.”

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Sobre o vídeo em que diz amar Hitler, o estilista diz não se lembrar como foi gravado, apenas do momento em que sua assistente lhe mostrou as imagens. “Eu passei mal quando assisti o vídeo. Fiquei paralisado de medo.”

A modelo Linda Evangelista foi a primeira pessoa a visitá-lo na reabilitação e, dias depois, Kate Moss lhe convidou para desenhar seu vestido de casamento. “Isso foi minha salvação, como se o exercício da criatividade pudesse me curar.”

Vício – O estilista se diz vítima do vício em drogas e álcool, cultivado devido à intensa carga de trabalho. “Eu bebia para comemorar, mas conforme foram aumentando o número de coleções, me tornei um escravo da bebida. Depois, veio o abuso das pílulas para dormir e para o tremor nas mãos. Eu ouvia vozes dentro da minha cabeça fazendo perguntas. Nunca me vi como um alcoólatra, sempre achei que fosse capaz de me controlar sozinho.”

Só quando o vício já estava em nível avançado, ele começou a se dar conta que devia procurar ajuda. “Fiquei cinco dias sem dormir e comprava muitos livros de autoajuda.”

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