Iggy Azalea, sem sandálias da humildade: ‘Eu mudei o hip-hop’
Australiana, que sofre preconceito por ser branca, manda beijinho no ombro para as ‘inimiga’
“Se eu tiver uma carreira breve, pelo menos posso dizer que provoquei uma mudança.” A declaração da australiana Iggy Azalea à revista americana GQ mostra que a fancy girl – apelido derivado de um dos hits da cantora, Fancy – tem de humildade o que tem de melanina. Mas por isso mesmo tem sua razão de ser.
Alvo de olhares enviesados pela cor da sua pele, a cantora de apenas 24 anos considera que o sucesso é o seu legado para o hip-hop. Iggy tem sido golpeada por duras críticas, especialmente por parte de artistas que acusam sua música de ser uma “apropriação” da cultura negra americana, e não hip-hop genuíno.
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“Eu não sei por que as pessoas fazem disso um grande problema. Isso é indústria do entretenimento, não política. Você deveria estar mais preocupado com a mensagem, e não com a voz que a está dizendo”, disse em entrevista a outra revista, a Complex Magazine.
O baterista e DJ americano Questlove é do time que admite que Fancy mudou as regras do jogo no hip-hop. “É uma mudança no quesito de que nós teremos que enxergar verdadeiramente que o hip-hop se liberou de suas amarras e abriu as asas”, complementa. Afinal, Iggy não é a primeira branca no estilo musical. Nomes como Rita Ora, Macklemore, Beastie Boys, Vanilla Ice e Eminem se juntam ao time dos que se consideram brancos negros o suficiente para fazer o hip-hop atravessar as fronteiras dos guetos.