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Filme ‘Maze Runner’ bate na trave da criatividade

Baseada no best-seller de James Dashner, trama mescla referências para contar história de adolescentes presos no meio de um labirinto

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 18 set 2014, 09h32

Um pouco diferente de seus atuais concorrentes, Maze Runner poderia ser uma história criativa, não fosse a grande salada de referências explícitas de outras tramas do passado

Um grupo de garotos adolescentes sem memória é jogado em um amplo terreno cercado por muros gigantescos e intransponíveis. Do outro lado dos muros, um labirinto ainda mais sinistro e de proporção colossal. Durante o dia, uma passagem se mantém aberta, a partir da qual alguns eleitos podem correr pelo labirinto e tentar mapeá-lo para encontrar uma saída. À noite, a passagem se fecha. Quem não consegue voltar da corrida está sentenciado à morte pelas garras dos terríveis “verdugos”, seres nada amigáveis que vivem do outro lado dos muros. E, se você achou que não poderia piorar, errou: as paredes do labirinto se movem durante a noite, fazendo com que a tarefa dos cartógrafos amadores se torne ainda mais complicada.

Essa é a trama principal de Maze Runner: Correr ou Morrer, longa dirigido pelo estreante Wes Ball com base no best-seller do escritor americano James Dashner, que chega nesta quinta aos cinemas do Brasil e de vários países do mundo. O filme engrossa a lista de distopias infantojuvenis, que fizeram carreira nas livrarias e depois nas bilheterias, caso das sagas Jogos Vorazes e Divergente.

Assim como no livro, o longa, que se passa em um futuro pós-apocalíptico, começa com a chegada do protagonista Thomas (Dylan O’Brien) a Clareira, nome dado pelos garotos à prisão a céu aberto. Confuso, o jovem é despejado ali através de um elevador em formato de jaula, que também leva provisões extras para os moradores. O grupo possui regras estipuladas, funções definidas e um líder, Alby (Aml Ameen), todas medidas para que a paz seja mantida e todos possam viver em segurança na micro-sociedade retratada na história.

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Thomas não se conforma com a ideia de permanecer preso ali por tempo indeterminado, então quebra a mais importante regra: entra no labirinto sem permissão. A partir daí, uma trama de ação se desenrola, com direito a muita tensão, mortes e, claro, correria.

A produção do filme, a mesma que assinou A Culpa É das Estrelas, conseguiu dar uma pitada de charme ao cenário caótico. O figurino surrado, a floresta contraposta às paredes do labirinto e até a mistura de que são feitos os verdugos – uma espécie de aranha nojenta, meio orgânica, meio robótica – conseguem preencher os olhos do espectador sem causar claustrofobia.

Um pouco diferente de seus atuais concorrentes, Maze Runner poderia ser uma história criativa, não fosse a grande salada de referências explícitas de outras tramas do passado. Quem acompanhou a série Lost, por exemplo, sentirá uma enorme sensação de déjà vu com este filme. O efeito será ainda pior para os leitores do clássico O Senhor das Moscas, do Nobel da Literatura William Golding, que ganhou duas adaptações para o cinema, em 1963 e 1990.

ENTREVISTA:

James Dashner: “Filme ‘Jogos Vorazes’ fez meus livros ficarem famosos”

Na história de Golding, publicada na década de 1950, um grupo de garotos sobrevive a um acidente em uma ilha deserta. Sem a supervisão dos pais ou quaisquer regras sociais, os jovens dão vazão a seus instintos primitivos, o que desencadeia roubos, violência e assassinatos. Mas, antes, eles se dividem em dois grupos, os que querem ser resgatados e os que preferem a vida na ilha. A mesma divisão acontece em Maze Runner e Thomas é quem lidera a busca pela saída do labirinto.

Com quase duas horas de duração, o filme consegue manter o ritmo de ação e suspense, mas peca em seu desfecho óbvio, que causa no espectador uma frustração maior do que a felicidade de entender o porquê de todo o mistério. Como esta é a adaptação apenas do primeiro dos quatro livros da série, a esperança é que o segundo filme – que depende do sucesso de bilheteria de Maze Runner: Correr ou Morrer para sair – traga respostas mais originais e personagens mais bem construídos.

Leia também:

O mundo cruel (e rentável) da distopia infantojuvenil

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