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‘Duas Irmãs, Uma Paixão’: o ménage à trois de Friedrich Schiller

Longa do diretor Dominik Graf conta a história de amor entre o filófoso alemão, sua mulher e sua cunhada

Por Simone Costa
29 out 2014, 15h57

O poeta, filósofo e dramaturgo Friedrich Schiller (1759-1805), um dos mais importantes intelectuais da Alemanha do século XVIII, casou-se com Charlotte von Lengefeld, com quem teve quatro filhos. Mas ele também viveu uma longa paixão com Caroline, irmã mais velha de Charlotte. Apesar de Caroline ter destruído a vasta correspondência entre ela e Schiller, um rastro ficou sobre a história, muito bem contada em Duas Irmãs, Uma Paixão (Die Geliebten Schwestern, Alemanhã, Áustria, Suíça, 2014), longa do diretor Dominik Graf, indicado ao Oscar de melhor filme estrangeiro.

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Charlotte von Lengefeld (Henriette Confurius) deixou a casa da família em Rudolstadt para viver em Weimar com a madrinha, Frau von Stein (Maja Maranow), amante de Goethe. A ideia era que a madrinha a ajudasse a se tornar uma moça mais refinada e, assim, ela pudesse conseguir um bom casamento. A morte de seu pai deixou a família em uma péssima situação financeira. Caroline (Hannah Herzsprung), a irmã mais velha, melhorou um pouco esse cenário graças ao casamento de conveniência que conseguiu realizar. Ela não gostaria que a irmã mais nova fizesse o mesmo, e sim que se casasse por amor.

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Caroline foi quem deu um empurrãozinho para que Charlotte se aproximasse de Friedrich Schiller (Florian Stetter), um escritor que naquela época era conhecido pela peça Os Ladrões. Quando falou com ele pela primeira vez, Charlotte não sabia quem era aquele rapaz que lhe pediu informações sobre uma rua. Para a família, em especial Louise (Claudia Messner), a mãe das moças, aquele não era um bom partido. Apesar do sucesso no teatro, Schiller não tinha dinheiro e não pertencia à aristocracia alemã. Ao largo da opinião de todos, no entanto, Charlotte e Caroline se tornaram cada vez mais próximas do poeta. Até que Caroline sugeriu à irmã que se casasse com Schiller e que os três continuassem a viver aquela relação que se tornava cada vez mais íntima.

Em pouco mais de duas horas, Dominik Graf preenche as lacunas deixadas pela história, romanceando como foi a paixão vivida por Schiller e as duas irmãs. Mas é na segunda hora final que o longa mais vale a pena. No início, há um certo exagero no tom melodramático e as irmãs mais lembram personagens de um romance juvenil ou de uma novela de época das seis. Depois, já envoltos em suas responsabilidades — Schiller casado com Charlotte e professor universitário e Caroline quebrando as regras de seu tempo – os três personagens ganham força. Henriette Confurius e Hannah Herzsprung são consistentes em suas atuações, principalmente a última, que ganhou um personagem interessantíssimo para representar. Charlotte foi, sem dúvida, uma mulher à frente de seu tempo.

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No longa, não é o Schiller intelectual quem está em foco. Quem não conhecer nada sobre ele e entrar no cinema sem saber que se trata de um ilustre escritor alemão, não se dará conta da sua importância. As duas irmãs e a maneira como elas se envolveram com ele são os destaques aqui. O filme ainda mostra as mudanças pelas quais a Europa passou durante o período de 18 anos em que os três estiveram de alguma maneira juntos — de 1787 até 1805, quando Schiller morreu. Houve, por exemplo, a Revolução Francesa, e a modernização dos sistemas de impressão. O começo de uma nova retratado em uma caprichada produção.

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Serviço:

Nesta quarta, às 21h – Cinemark Villa-Lobos sala 2 – Shopping Villa-Lobos

Avenida das Nações Unidas, 4777 – Tel: (0/xx/11) 3024-3860

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