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Como era esperado, Miley apresenta seu show sexual e bizarro em SP

A cantora americana levou ótimo público à Arena Anhembi nesta sexta-feira e cumpriu à cartilha de sua apresentação controversa, deixando em segundo plano o mais importante: a música

Por Rafael Costa
27 set 2014, 07h57

É possível dizer que o show de Miley Cyrus na Arena Anhembi, em São Paulo, na noite desta sexta-feira, não teve surpresas. Para os desavisados, isso não significa que se tratou de uma apresentação comum, sem grandes estripulias. Pelo contrário. Como era esperado, a cantora usou o mínimo de roupas possível, acariciou as partes intimas a cada minuto, insinuou ações sexuais e fez apologia a maconha. E deixou em segundo plano seu talento vocal, que é inegável.

Cerca de duas horas antes do início do show, um trio de DJs esquentava o público que dificilmente ultrapassava os 17 anos com música eletrônica, pop e hip hop, em um clima de Tomorrowland juvenil. Muitos fãs, na maioria garotas, eram acompanhados pelos pais, que sabiam exatamente o que iria acontecer nas horas seguintes. “Eu sei o que ela (Miley) faz nos shows, mas minha filha gosta e eu não tive o que fazer para evitar que ela viesse”, disse Mara, 42, que acompanhava a filha Júlia, 16, mas deixava a garota ficar próxima do palco com as amigas. Sônia, 40, que também acompanhava a filha, disse confiar em Giovana, 15. “Sei que ela não é uma menina influenciável. Não vai ficar repetindo o que a Miley faz por aí.”

Mas nem todos os acompanhantes pensavam da mesma maneira. Logo na primeira música, SMS (Bangerz), Miley acariciou as partes íntimas e as nádegas e insinuou atos sexuais. Perguntado pela reportagem de VEJA o que achava da performance da cantora, Silvio, 52, se limitou a comentar: “Isso é um absurdo”. Já a plateia jovem delirava, tanto com a Miley do palco como com a do telão, onde ela também massageava o corpo, rebolava ao melhor estilo funkeira e desfilava ora vestida ora seminua, com adesivos cobrindo os seios em cenas que se aproximavam aos adereços das práticas sadomasoquistas.

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Os fãs, aliás, contribuíam para que o espetáculo fosse dantesco. Enquanto Miley se apresentava, objetos eram atirados no palco, entre eles um sutiã, uma venda para os olhos que imitava um par de seios – que ela pôs no rosto – e um objeto de borracha em formato de órgão genital masculino, o famoso “consolo”. “Felizmente, faz pouco tempo que eu não vejo um desses”, disse a cantora ao segurar um dos itens que remetiam ao sexo oposto. O derrière falso e volumoso, que causou controvérsia em seu show no México na última semana, voltou à cena em São Paulo. Enquanto vestia o acessório, Miley rebolava no colo de um de seus dançarinos, mas, dessa vez, sem ser golpeada com a bandeira do país.

A maconha também era citada em diversas situações, como quando a cantora fazia gestos que lembravam o ato de fumar. Na volta para o bis, Miley fez o público cantar junto o sucesso Party In the USA, enquanto suas dançarinas carregavam tochas que simulavam cigarros gigantes. Ela, claro, não perdeu tempo e deu algumas “tragadas”.

É certo dizer que Miley Cyrus faz um show pop repleto de glamour, explosões, pirotecnia, entre outros truques visuais. Ela, em contrapartida, tenta apenas se divertir sobre o palco e ironiza as superproduções características do gênero ao abusar de objetos coloridos e vestir figurinos bregas, além de usar uma maquiagem forçada, que acaba borrando ao longo da noite, e pendurar no corpo objetos atirados pela plateia, como colares, camisetas e pulseiras.

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Em segundo – ou terceiro, quarto – plano, fica a parte musical. Não há como negar que Miley tem um grande talento vocal digno de uma grande diva. Hits como My Darling, Adore You, Wrecking Ball, We Can’t Stop, além do bom cover de I’ll Take Care of You, de Etta James, eram executados de maneira impecável, sem qualquer desafinação e claramente sem auxílio de playback.

A interação e o carinho com o público também é algo de se tirar o chapéu. Sempre que podia, a cantora conversava com os fãs – apesar de colocar ao menos um palavrão em cada frase – e conseguia mantê-los empolgados na medida certa ao longo de aproximadamente uma hora e quarenta minutos de apresentação.

Após rebolar sobre o palco na capital paulista, segue para o Rio de Janeiro, onde se apresenta na Praça da Apoteose neste domingo para encerrar o trecho brasileiro da turnê Bangerz.

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