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Comédia ‘Linda de Morrer’ tem trama desinteressante e personagens rasos

Dirigido por Cris D’Amato e com Gloria Pires à frente do elenco, filme fala sobre uma cirurgiã plástica que cria um milagroso remédio para eliminar celulites

Por Daniel Dieb
21 ago 2015, 10h14

Um pacote composto por enredo previsível, atuações lamentáveis e personagens rasos. São esses os elementos de Linda de Morrer, filme dirigido por Cris D’Amato (S.O.S. Mulheres ao Mar) que estreia agora com o rótulo de comédia, embora tenha poucas cenas que façam jus ao gênero. Se há algo que salva Linda de Morrer, é sua honestidade ao revelar nos primeiros dez minutos que o espectador irá ver um filme ruim.

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Logo de início, já se sabe que o “Milagra”, remédio criado pela cirurgiã plástica Paula (Gloria Pires) com Doutor Francis (Angelo Paes Leme), seu sócio, para eliminar celulites sem efeitos colaterais, na verdade, irá causar problemas a quem usá-lo. Paralelamente, o longa mostra o momento em que Alice (Antonia Morais, em seu primeiro papel no cinema após uma ponta em Se Eu Fosse Você, de 2006), filha de Gloria no filme e na vida real, conhece Daniel (Emilio Dantas) ao ser salva por ele de um atropelamento. Em uma cena clichê digna das piores comédias românticas, eles trocam olhares apaixonados e cada um segue o seu caminho – com uma olhada final antes de se afastar.

Na trama, cada personagem é um estereótipo sem qualquer profundidade. Eles parecem feitos apenas para se opor a outros e, assim, criar conflitos manjados para uma história igualmente manjada. Por exemplo: o psicólogo Daniel é cético, ao contrário de sua avó, Lina (Suzana Vieira), que é mãe-de-santo. Já Paula, cirurgiã plástica, cultua a beleza, enquanto Alice discorda dos padrões estéticos seguidos pela mãe. Ou seja, cada par de personagens é uma união de opostos: o descrente e a religiosa; a mãe que preza pela perfeição e a filha que valoriza os detalhes imperfeitos. Na festa de lançamento do “Milagra”, passados trinta minutos de filme, Paula desmaia após se sentir tonta, em decorrência dos efeitos do medicamento, e cai da escada, morrendo como uma personagem de Aguinaldo Silva.

Os caminhos dos quatro personagens se cruzam quando o espírito de Paula é apresentado a Daniel por Mãe Lina, que morreu depois de ter encarnado um espírito durante um rito de umbanda. Até então, ele não acreditava nos poderes mediúnicos de sua avó, que ele herdou e passa a usar para ajudar Paula a cumprir sua missão na Terra e, assim, permitir que a alma dela suba aos céus. O filme alterna cenas em que o espírito da cirurgiã plástica aparece com outras em que ele está invisível. Esses trechos em que apenas se ouve a voz de Paula são risíveis pelas piores razões: o ator Emilio Dantas parece perdido em cena, sem saber como se portar. Outro ponto fraco da atuação de Dantas é visto no enterro de Mãe Lina, quando fica difícil dizer se ele ri ou se chora.

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O medicamento acaba liberado para a comercialização nas farmácias, sem qualquer parecer da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e as pessoas fazem filas para comprá-lo. No entanto, o Doutor Francis sabe dos males que o “Milagra” faz, mas segue com a produção. Para que ninguém mais termine morto, Paula conta com a ajuda de Daniel e Alice para impedir que o remédio continue a ser vendido. Em uma rara cena cômica, a apresentadora de TV Gilda Brayão (Stella Miranda), que já havia recebido Paula no começo do filme para falar do “Milagra”, se mostra alterada, de olhos vermelhos, hiperativa e sincera, a ponto de dizer que não aguenta mais comandar a atração e reclamar que o convidado toca sertanejo universitário.

Por fim, Linda de Morrer é apenas mais um longa de comédia que irá faturar alguns milhões de reais, mesmo com uma trama que nem “Milagra” salva.

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