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‘Japonês da Federal’ é atração em Carnaval de São Paulo

Foliões se fantasiaram do agente da PF Newton Ishii, que se tornou imagem célebre ao escoltar os presos da Lava Jato; no Carnaval da crise, paulistanos deixam de viajar para aproveitar as atrações da cidade

Por Da Redação
6 fev 2016, 19h43

Na tarde deste sábado, quando o bloco Bastardo se preparava para iniciar seu cortejo na Rua João Moura, em Pinheiros, Zona Oeste de São Paulo, o locutor oficial repetia: “Apesar da crise, o Bastardo está na rua mais uma vez”. A julgar pelo discurso repetido por muitos dos foliões, este é mesmo o Carnaval da crise. “Sempre viajo no Carnaval. Esta é a primeira vez que fico em São Paulo e pretendo curtir blocos todos os dias”, disse o publicitário Gabriel Rezende, 30 anos, fantasiado de mulher. “Antes ia para o Rio, para São Luis do Paraitinga. Desta vez, por causa da crise financeira, achei melhor economizar e ficar por aqui mesmo. Mas estou gostando. Os blocos de São Paulo estão bons, não precisa mais viajar. E aqui, acabou o bloco é só ir para casa.”

Centro das atenções por estar fantasiado como sósia do agente da Polícia Federal Newton Ishii, o “japonês da federal”, famoso por fazer a escolta dos presos na Operação Lava Jato, o consultor de vendas Marco Tomio, de 54 anos, tinha razões, digamos, mais prosaicas para curtir o Carnaval de rua de São Paulo. “Antes eu não vinha porque era casado, né? A mulher não deixava”, comentou, rindo. Agora, promete que vai emendar um bloco no outro e só vai parar na quarta-feira de cinzas. No bloco Bastardo, ele foi muito assediado por pessoas que queriam tirar uma foto ao seu lado.

“Nas circunstâncias dessa crise absurda, vale a pena ficar em São Paulo”, afirmou o empresário Ricardo Corrales, de 27 anos. Seu amigo, o também empresário Felipe Barbella, de 29 anos, lembrou também que, nesta época, “estradas são uma encheção de saco, por causa do trânsito”.

O bloco também foi o primeiro Carnaval dos gêmeos Alice e Arthur, de 5 anos. “Achamos que seria um clima tranquilo e resolvemos trazê-los. É nosso primeiro Carnaval de rua também”, afirmou a mãe da dupla, a consultora de implantação Natália Terra Fontoura, de 27 anos. “A localização, aqui em Pinheiros, também é ótima”, completou o pai, o empresário Jorge Totti, de 38 anos.

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Fundado em 2013 e com um repertório que mescla marchinhas tradicionais e outras menos conhecidas, o Bastardo iniciou a concentração às 15 horas na Rua João Moura. O cortejo percorreu ruas emblemáticas do bairro de Pinheiros, como a Artur de Azevedo e a Fradique Coutinho. “Com carrinho de som de tração manual”, comentou, orgulhoso, o fotógrafo Pablo de Sousa, um dos organizadores.

O clima era bem familiar. A aglomeração de foliões, de pouco mais de um quarteirão, foi escoltada por agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), que garantiram a interdição das vias enquanto o bloco passava. A bandinha alternava marchinhas clássicas como A Cabeleira do Zezé e Você Pensa Que Cachaça é Água e sambas da MPB, como Chuva, Suor e Cerveja, de Caetano Veloso, e Ta-hí (Pra Você Gostar de Mim), canção composta por Joubert de Carvalho e que fez sucesso na voz de Carmen Miranda. “Nosso bloco é pé no chão, é comunitário, não tem fins lucrativos”, disse Sousa.

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(Com Estadão Conteúdo)

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