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Com integrantes do Maná e Sepultura, banda traz metal latino ao Brasil

Com metaleiros veteranos, Grupo De La Tierra aposta no tradicional ritmo "bate cabeça", com pitada de rock melódico e letras em espanhol

Por Mariana Amorim
18 Maio 2014, 11h00

Criada em 2012, a banda de metal De La Tierra é uma mistura no mínimo inusitada de veteranos do rock oriundos de grupos conhecidos do meio musical. Com o brasileiro Andreas Kisser (Sepultura) na guitarra, o americano Alex González (Maná) na bateria, e os argentinos Andrés Gimenez (A.N.I.M.A.L) e Sr. Flavio (Los Fabulosos Cadillacs) na guitarra e no baixo, respectivamente, o grupo já ficou conhecido por fazer um metal latino, com o característico ritmo enfático, pronto para o bate cabeça, com pitadas de rock melódico e letras em espanhol, entoadas por Andreas e Andrés.

Apesar dos nomes de peso, os metaleiros garantem que não há brigas de ego e que o projeto não é uma união passageira. “A ideia é existir por muitos anos, fazer muitas gravações e este é só o começo”, diz González

O primeiro álbum, que leva o nome da banda, foi lançado em janeiro deste ano. Após uma temporada em palcos pela América Latina, abrindo shows do Metallica, o grupo chega ao Brasil pela primeira vez para uma apresentação única que acontece neste domingo, dia 18, em São Paulo, no Cine Joia.

Em entrevista ao site de VEJA, os roqueiros falam sobre as expectativas para o futuro, a concepção do projeto e a falta de espaço para o metal no Brasil.

Como o projeto da banda De La Tierra nasceu?

Andreas Kisser – Em 2012, Alex e Andrez se encontraram, em Buenos Aires, em um show do Maná, e decidiram montar uma banda. Andrez foi o encarregado de buscar os outros dois integrantes. Ele convidou o Sr. Flavio e eu fui o último a ser chamado. A motivação era fazer um som juntos. Não somos uma banda feita por nenhum empresário, ou nenhum reality show, é realmente uma ideia muito pura, muito simples e aqui estamos.

Como metaleiros experientes, este projeto tem a intenção de trazer um respiro nas suas carreira?

Kisser – Sim, apesar de estar há trinta anos no Sepultura, e eles no Maná, no A.N.I.M.A.L.Y D-Mente e no Los Fabulosos Cadillacs, fiquei motivado para fazer algo novo, uma coisa diferente. Eles são excelentes músicos, com boas histórias.

Porque o nome De La Tierra?

Kisser – As ideias de nomes para bandas metal costumam ter coisas como caveira, apocalipse, inferno. Então pensei: deveríamos achar um nome que representasse nossos países, a América Latina, ser latino, de encarar o mundo de uma forma diferente. E o De La Tierra foi isso, representar de onde a gente veio e também deixar essa liberdade de ação, não ficar tão preso ao metal. Lógico que fazemos metal, mas dentro do metal existem inúmeras possibilidades.

No refrão de algumas músicas existe uma tendência ao metal melódico. Isso é uma influência do Sr. Flavio e do Alex?

Alex González – Na verdade, fazer metal é como fazer jazz ou rock, existem muitos subgêneros. E a melodia sempre foi algo que pensamos em balancear. Apesar de sermos encantados com o metal, também somos músicos e queremos trabalhar com gêneros variados.

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Alex, para você, como foi a adaptação para este estilo de música? Já existia a vontade de tocar heavy metal?

González – Sempre gostei de metal. Quando pensei em tocar bateria, duas bandas me incentivaram, uma foi o The Beatles e outra foi o Kiss, então são dois extremos muito bons.

Como vocês enxergam o cenário do metal hoje em dia no Brasil e no mundo?

Kisser – Comparado com as décadas de 1980, 1990, com certeza não vivemos agora os momentos áureos do heavy metal. Contudo, o estilo é e sempre será forte. No Brasil, o Black Sabbath reúne 70 000 pessoas em um show com gerações diferentes. Os festivais na Europa são gigantescos. Aqui no Brasil a cena heavy metal independente também é forte.

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Acredita que ainda existe um preconceito com o estilo?

Kisser – Com certeza. O metal não tem apoio da mídia, não toca na rádio ou em qualquer evento nacional, por exemplo, como uma campanha de vacinação ou o Criança Esperança. Ele é ignorado. É como se não existisse metal no Brasil. Se você veste preto, tem cabelo comprido e tatuagem, logo é associado a uma imagem de violento. E uma coisa não deve ser associada a outra. O Brasil ainda tem que evoluir muito para dar espaço ao estilo. O país é o berço da banda Sepultura, uma referência cultural, mundialmente conhecida e que no Brasil não é respeitada.

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Quais serão os próximos passos da banda?

González – Depois do Brasil seguimos para Buenos Aires, na Argentina, depois Santiago, no Chile. Vamos parar por um tempo, porque o Andréas vai fazer a turnê do Sepultura na Europa. A ideia é retornar em setembro, para shows nos Estados Unidos e algumas cidades no México.

Kisser – Também queremos voltar para o Brasil no futuro. Existem várias possibilidades de festivais como Festival Abril pro Rock, Goiania Noise Festival e também o Rock in Rio.

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Como o público tem reagido nestes primeiros momentos da banda?

González – A recepção tem sido positiva. Temos muitos fãs no Facebook, de diferentes partes do mundo. Este é um projeto de longo prazo. A ideia não é fazer só um disco, uma turnê, e desaparecer. A ideia é existir por muitos anos, fazer muitas gravações e este é só o começo.

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