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Coldplay, Nickelback e Cine: os assassinos do rock

Líderes de vendas de discos e presença constante na programação das rádios, com canções genéricas que pendem para um pop aguado e chiclete, grupos como Maroon 5 dão a falsa ilusão de que o gênero está em alta, quando na verdade se encontra cada vez mais debilitado

Por Rafael Costa
13 out 2014, 05h08
Coldplay durante o show no palco Mundo, no sexto dia do Rock in Rio, em 01/10/2011
Coldplay durante o show no palco Mundo, no sexto dia do Rock in Rio, em 01/10/2011 (VEJA)

Das paradas da Billboard às premiações do Grammy, passando pelas prateleiras das já quase extintas lojas de disco, eles estão lá, rotulados como rock. Mas, verdade seja dita, os hits sonolentos do Coldplay e as batidas eletrônicas do Maroon 5 passam longe da classificação. A confusão é mais um obstáculo para um gênero que definha na UTI da indústria musical. Menos por criar a falsa impressão de que o rock vem se recuperando, o que não ajuda mas também não atrapalha, do que por afugentar aqueles que poderiam ter orgulho de se dizer fã de um gênero que já teve, entre os seus representantes, músicos do porte de Elvis Presley e John Lennon. Afinal, se aliar a uma banda como Nickelback é motivo de vergonha pura.

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Com um som genérico, composto de músicas praticamente iguais na melodia e nas letras, o grupo canadense é talvez o maior exemplo de como se pode estragar um estilo tão bacana. A “obra” é tão ruim que a banda ganhou nos últimos anos o apelido de “piada do rock” entre críticos e outros músicos do gênero. Um inglês chegou a criar uma campanha virtual para manter a banda distante de Londres. “Don’t let Nickel back” (‘Não deixe o Nickel voltar’, em tradução literal), diz o título da ação, que se propõe a enviar mensagens para os empresários do conjunto, pedindo que ele se mantenha afastado da capital inglesa.

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Arctic Monkeys

Formado em 2002 na Inglaterra, o Arctic Monkeys explodiu no cenário musical em 2006 com seu primeiro álbum de estúdio, Whatever People Say I Am, That’s What I’m Not. Com hits como I Bet You Look Good on the Dancefloor e Fake Tales of San Francisco, o disco vendeu mais de 360 000 cópias na semana de lançamento nos EUA, chegou ao primeiro lugar das paradas da Billboard 200 e também se saiu bem no Reino Unido e em países como França e Austrália. O grupo foi atração principal no Lollapalooza Brasil de 2012, mesmo ano de seu quinto trabalho de inéditas, AM. O CD chegou ao topo das paradas britânicas e ao sexto lugar no ranking dos álbuns mais vendidos da revista Billboard.

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Muse

Atração principal no primeiro dia do Lollapalooza Brasil 2014 e no segundo dia do Rock In Rio 2013, o Muse começou sua jornada em 1994 com Matthew Bellamy, voz e guitarra, Christopher Wolstenholme, baixo, e Dominic Howard, bateria na formação principal. O trio britânico, no entanto, veio a conquistar o estrelato apenas em 2006, com o lançamento de Black Holes and Revelations, que trazia os hits Starlight e Invincible. A banda ganhou um disco de ouro nos Estados Unidos ao atingir a nona posição no ranking da Billboard 200 e o disco de platina no Reino Unido, onde alcançou o topo das paradas. Daí em diante foram apenas tiros certeiros, com The Resistance (2009), que rendeu ao grupo o primeiro Grammy da carreira, e The 2nd Law (2012), que chegou à segunda posição entre os álbuns mais vendidos nos Estados Unidos e ao topo no Reino Unido.

Black Keys

Com uma mistura de blues com rock alternativo, os americanos do Black Keys traçaram uma curva ascendente com as vendas de seus últimos três discos até chegar á primeira posição do ranking da Billboard 200. O grupo formado em 2001 estourou de vez em seu país e no mundo em 2010, com o sexto álbum de estúdio, Brothers, que chegou ao terceiro lugar da parada americana. O trabalho seguinte, El Camino (2011), alcançou a segunda posição, enquanto o disco mais recente, Turn Blue, de 2014, atingiu a liderança nas vendas. El Camino também rendeu três Grammys ao duo formado por Dan Auerbach, guitarra, e Patrick Carney, bateria, em 2013. A banda foi uma das atrações principais do Lollapalooza Brasil 2013, ao lado de The Killers e Pearl Jam.

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Arcade Fire

Se o Muse encerrou o primeiro dia do Lollapalooza Brasil 2014, o Arcade Fire foi o responsável por fechar o evento com seu show cheio de luzes, coreografias e arranjos instrumentais variados. Com Win Butler à frente de outros sete integrantes, o grupo canadense se formou em 2001 e emplacou seus dois últimos álbuns de estúdio na primeira posição da parada da Billboard 200, The Suburbs (2010) e Reflektor (2013). Seu segundo disco, Neon Bible (2007) já havia conquistado a segunda colocação. O grupo foi indicado a oito Grammys ao longo da carreira e venceu dois, em 2011 e 2012.

Royal Blood

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Com um som um pouco mais pesado, o Royal Blood vem despontando no cenário musical desde 2013, quando lançou o single Out of the Black. A música atingiu a primeira posição das paradas britânicas e levou a banda a ser apontada como “salvadora” do rock. Em agosto deste ano, o duo formado por Mike Kerr, voz, e Ben Thatcher, bateria, lançou seu álbum de estreia, que leva o nome da dupla. O disco aposta em uma sonoridade próxima ao grunge dos anos 1990, com um toque de blues. O CD chegou à primeira posição entre os mais vendidos no período de uma semana no Reino Unido, uma enorme façanha para o rock atual, e ao 30º lugar da Billboard 200.

Vespas Mandarinas

No Brasil, uma das esperanças para a cena do rock é o Vespas Mandarinas. O quarteto, que tem Chuck Hipolitho (ex-Forgotten Boys), Thadeu Meneghini (ex-Banzé), Flavio Guarnieri e Pindé (ambos ex-Sugar Kane), despontou após ser apresentado no programa Temos Vagas, da rádio 89 FM. Seu álbum de estreia, Animal Nacional, foi indicado ao Grammy Latino de melhor álbum de rock brasileiro, ao lado de grupos como Jota Quest e Nando Reis e Os Infernais. O quarteto paulistano também foi uma das atrações da edição de 2014 do Lollapalooza.

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Vivendo Do Ócio

Formado na Bahia em 2006, o quarteto Vivendo do Ócio despontou no cenário do rock nacional com um som semelhante ao do indie e do rock alternativo de bandas como The Strokes, The Hives e Arctic Monkeys. O grupo conhecido por hits como NostalgiaSilas e Meu Precioso chegou a ser uma das atrações do Video Music Brasil (VMB) em 2009, quando levou para casa o prêmio Aposta MTV. Em 2013, integrou o line-up da segunda edição brasileira do Lollapalooza.

Vanguart

Outra atração no Lollapalooza 2013, o Vanguart surgiu em 2001 no Mato Grosso como uma banda independente e foi chamar a atenção em 2007 com um estilo próximo ao indie rock e o folk contido no seu primeiro disco de estúdio – que leva o próprio nome da banda. O álbum seguinte, Boa Parte de Mim Vai Embora, rendeu ao grupo o prêmio de melhor banda no Video Music Brasil (VMB) em 2012, e o mais recente, Muito Mais Que O Amor, lançado em 2013, emplacou o hit Meu Sol nas rádios e, inclusive, na novela Além do Horizonte, da Rede Globo.

O Terno

Com um rock mais pendente para as bandas dos anos 1960 e 1970, a banda O Terno é uma das caçulas do rock brasileiro. O trio formado por integrantes na faixa etária entre 23 e 24 anos lançou seu primeiro álbum de estúdio em 2012, intitulado 66. O trabalho inaugural, que apresentou os hits Tic Tac e a faixa que dá nome ao disco, credenciou o grupo a se apresentar no Festival Planeta Terra em 2013. No ano seguinte, a banda lançou um álbum homônimo, o segundo de estúdio da carreira.

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