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Assim como o livro, ‘A Culpa É das Estrelas’ é filme para ser sentido

Poucos lenços de papel não são suficientes para acompanhar a versão cinematográfica do drama baseado no livro de John Green

Por Raquel Carneiro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 5 jun 2014, 10h10

“Esse é o problema da dor, ela precisa ser sentida”. A frase, uma das mais apreciadas pelos adolescentes — e não tão adolescentes assim — que leram A Culpa É das Estrelas, é a que melhor define a adaptação da obra de John Green para o cinema. O filme, que estreia no Brasil nesta quinta-feira, foi feito para ser sentido. E arrancar lágrimas e risos da plateia.

O mix de emoções é culpa do casal principal, formado por Hazel Grace (Shailene Woodley) e Augustus (vivido por um ótimo Ansel Elgort). A adolescente de 16 anos convive há três com um câncer que começou na tireoide e depois atacou seus pulmões. Desenganada pelos médicos, ela sobrevive por causa de um tratamento experimental e da ajuda de um cilindro de oxigênio conectado às suas narinas através de uma cânula.

Hazel é obrigada pelos pais a frequentar um grupo de apoio para jovens com câncer, com o objetivo principal de fazer amigos. Lá ela conhece Augustus, 17, que teve câncer nos ossos e amputou uma das pernas. Os dois iniciam uma amizade, mas “Gus” deseja algo mais. Por algum tempo, Hazel evita ceder, já que se considera uma “granada” quando explodir, vai ferir todos à sua volta. Os avisos de mantenha distância não são suficientes para o garoto e, pouco depois, eles iniciam um romance curto, mas intenso o suficiente para dar inveja às princesas da Disney.

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Embora Elgort não desfile o ideal de beleza grega, sua atuação é marcante e lembra o charme juvenil do astro Leonardo DiCaprio no fim dos anos 1990. Já Shailene prova, mais uma vez, que é uma atriz para se ficar de olho. Em seu filme anterior, Divergente, ela exibia um belo cabelo longo loiro com um figurino preto colado ao corpo malhado. Agora, ela se despe da vaidade, perde alguns quilos e as madeixas, e assume uma postura cansada e enferma, como os leitores do best-seller imaginavam.

Os fãs do livro, aliás, não ficarão desapontados com a adaptação para o cinema. O diretor Josh Boone e os roteiristas Scott Neustadter e Michael H. Weber seguiram à risca o texto original, que de tão elogiado pela crítica literária não demandou alterações.

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Escolhido pela revista americana Time como o livro de ficção do ano em 2012, A Culpa É das Estrelas poderia ser apenas mais uma história triste com personagens com câncer, não fosse pelos personagens criados por Green. Hazel e Gus tratam a vida e a morte com honestidade, longe dos padrões de autoajuda tão populares em países como os Estados Unidos e até mesmo o Brasil. O mesmo o faz Isaac (Nat Wolff), amigo do casal que também frequenta o grupo e tem um caso raro de câncer nos olhos. Na adolescência ele fica cego e a namorada o deixa. Ainda que o drama de Isaac rendesse outro filme digno de muitas lágrimas, são suas algumas das cenas mais engraçadas da produção.

Todavia, o troféu de falas extremamente honestas e brutais fica com o veterano Willem Dafoe, que interpreta Van Houten, um escritor amargurado de quem Hazel é fã. “Você é um efeito colateral de um processo evolutivo que não dá muita importância a vidas individuais”, diz o autor quando a garota o visita em Amsterdã. O personagem teve uma traumática experiência com um familiar com câncer, caso que o faz buscar refúgio no alcool. Outra história que sozinha também renderia mais um filme.

Na contramão dos últimos sucessos infantojuvenis da literatura e do cinema, que apostam em tramas fantasiosas, com bruxos e vampiros, ou distopias violentas, John Green surge como um respiro honesto e que não subestima seu público. Os adolescentes perceberam isso e o escritor se tornou uma grife: seus livros são presença constante na lista de mais vendidos. A Culpa É das Estrelas não deverá ter uma continuação como outras séries teens. Porém, a carreira de Green no cinema está só começando e promete ser brilhante.

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