Os mais radicais dizem que é heresia transformar as músicas dos Beatles em marchinhas de carnaval. A multidão que acompanhou o bloco Sargento Pimenta, na tarde desta segunda-feira, no Aterro do Flamengo, tem opinião completamente diferente.
Para a psicóloga Roberta Garcia, 28 anos, o repertório do quarteto de Liverpool é democrático e por isso combina com qualquer ritmo ou instrumento musical.
“O Sargento Pimenta apresentou para muita gente uma nova visão das músicas dos Beatles, e vez muita garotada conhecer clássicos do rock mundial”, disse Roberta já cantando ‘Hey Jude’ com a bateria.
O estudante Rafael Cardoso, 21 anos, afirma detestar carnaval, mas desde que surgiu o bloco em 2011 passou a ir nos shows do Sargento.
“Odeio essa muvuca toda que fica o Rio no carnaval, é muita sujeira e bagunça, então nem saio de casa. Mas abri uma exceção do meu isolamento de carnaval para assistir o Sargento tocar” revelou o carioca.
A mistura de gêneros musicais como xote, baião, funk, maracatu, entre outros, com clássicos como ‘All you needs is love’, ‘Come together’ e ‘Ticket to ride’, ao som de guitarras, baixo, saxofone, trombone e instrumento de escolas de samba é também o diferencial para outros blocos carnavalescos.
O casal Ana Morett, 29 anos, e Igor Cavaco, 29 anos, escolheram ficar distante da multidão. “Aqui dá para ouvir a música, principalmente os refrãos, e é bem mais tranquilo. Está muito cheio mais lá para frente”, disse Ana.
Para comemorar os cinco anos do bloco uma ala coreografada foi criada. Os integrantes do ‘Naipe Dançante’, fazem passos de samba-reggae e maracatu para incentivar os foliões dançarem o tempo todo.