Membros da Academia se defendem de acusações de racismo no Oscar
Votantes do prêmio se disseram ofendidos após críticas à ausência de indicados negros
“Tivemos muitos filmes em 2015 que eram principalmente sobre pessoas brancas. Falem com os estúdios para mudar isso, não com a Academia”, diz um dos membros
O Oscar deste ano tem causado discussões em torno da ausência de atores negros nas vinte indicações das categorias de atuação – situação semelhante à do ano passado, quando todos os concorrentes também eram brancos. Após diversas críticas na internet, com a hashatg #OscarsSoWhite (Oscar tão branco), o anúncio de Spike Lee e Jada Pink Smith, esposa de Will Smith, sobre um boicote ao evento e o posicionamento de George Clooney de que a Academia estava “andando na direção errada“, membros da entidade que cuida do prêmio máximo do cinema decidiram se defender.
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Ao site da revista americana The Hollywood Reporter, alguns votantes ativos do Oscar se explicaram sobre a situação e negaram racismo. Penelope Ann Miller (O Artista) afirmou que chegou a votar em artistas negros. “Fiquei muito chateada que eles acabaram não sendo indicados, mas supor que isso é porque todos os membros são racistas é extremamente ofensivo. Não quero ser colocada nessa categoria porque certamente eu não sou. Eu apoio e me beneficio do talento de pessoas negras no meio. Apenas foi um ano extremamente competitivo”, disse ela.
Outro membro, que não quis se identificar também comentou o caso com a revista americana. “Estou muito ofendido com a ideia de que algumas pessoas estão nos chamando de racistas. A cor dos artistas não passou pela minha cabeça enquanto eu registrava meus votos e, na verdade, eu nomeei uma pessoa negra para o prêmio. Essas declarações são extremamente irresponsáveis”, disse.
Jeremy Larner, que vota nas categorias de roteiro, também se defendeu das acusações de que Straight Outta Compton – A História do N.W.A, teria ficado de fora por racismo. “Não posso provar que ninguém na Academia é racista. Mas eu não achei Straigh Outta Compton um bom filme por questões de estrutura e substância”. Ele também afirmou que a culpa não é de quem escolhe, mas sim da falta de papéis para negros no cinema atual: “Tivemos muitos filmes em 2015 que eram principalmente sobre pessoas brancas. Falem com os estúdios para mudar isso, não com a Academia”.