Base Nacional recebe 12 milhões de sugestões
O documento tem o objetivo de definir o que será ensinado nas escolas brasileiras
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que estabelece o que deve ser ensinado aos estudantes na educação básica, foi disponibilizada para consulta pública pelo Ministério da Educação (MEC) entre 15 de setembro do ano passado até o dia 15 deste mês. No período, foram enviadas 12,2 milhões de sugestões para as áreas de linguagens, ciências humanas, matemática e ciências da natureza, além de 27.000 pedidos de inclusão de novos objetivos para a educação.
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As disciplinas que receberam mais contribuições foram português e ciências humanas, com 5,5 milhões e 2,6 milhões, respectivamente. As duas áreas foram duramente criticadas após a divulgação da primeira versão da BNCC, pois em linguagens não havia gramática e história ignorava pontos importantes de conhecimento geral, para se voltar para história indígena e africana.
Nas outras disciplinas, matemática foi o tema de 1,7 milhão de cotribuições, ciências da natureza recebeu 1,6 milhão e foram enviadas 376.391 sugestões para o ensino infantil.
A segunda versão desta fase de elaboração da Base Nacional será divulgada em abril. Depois disso, serão realizados seminários em todo o país para que as secretarias estaduais e municipais deem as últimas contribuições. Após a consulta pública, o documento será revisado e até junho a base deverá ter mais duas versões antes de seguir para votação no Conselho Nacional de Educação (CNE).
“Jogamos o nível lá embaixo” – A especialista em política educacional, Paula Louzano, criticou a maneira como está sendo desenvolvida pelo governo a base única de educação básica. Segundo ela, não foram apresentados objetivos claros para o aprendizado e os alunos brasileiros serão menos preparados que os de outros países
Articulação – A reforma curricular, com disciplinas comuns para toda a educação básica, é uma exigência do Plano Nacional de Educação (PNE), sancionado em 2014. A ideia do BNC é que 60% do currículo seja unificado pelo MEC, enquanto o restante seja definido pelos Estados conforme critérios regionais.
(Da redação)