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“Barreiras para melhorar a educação brasileira são políticas”, diz economista do Banco Mundial

No EXAME Fórum Educação 2015, o ministro Renato Janine Ribeiro reafirmou as metas de educação do país e especialistas criticaram a desvalorização do professor e os entraves políticos que atrasam a educação no Brasil

Por Da Redação
15 set 2015, 17h14

Para melhorar a educação brasileira, o principal entrave a ser superado são os obstáculos políticos, de acordo com Barbara Bruns, economista-chefe do Banco Mundial na área de educação para a América Latina e o Caribe. Em palestra no EXAME Fórum Educação 2015, Bruns ressaltou que o Brasil não valoriza os bons professores e que existem diversas soluções locais com bons resultados – basta reconhecê-las e replicá-las.

“As barreiras para o avanço da educação do país são políticas, não técnicas. Há excelentes exemplos de boas escolas e profissionais, mas, para que se tornem a maioria, é preciso que o Ministério da Educação se comprometa a recompensar os melhores educadores, punir os ruins e estabelecer avaliações rigorosas e treinamentos eficazes”, disse Bruns.

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As indicações são de uma pesquisa feita pelo Banco Mundial em 18 000 salas de aula durante cinco anos nos países da América Latina. Em todos eles, a melhora dos índices se deu quando os educadores receberam incentivos para fazer um trabalho melhor. No Brasil, entretanto, além da baixa remuneração e da falta de recompensas por um serviço de qualidade, os professores são mal treinados para gerenciar o tempo em sala de aula. Isso leva ao baixo foco dos alunos nos conteúdos (apenas 24% do tempo de aula, enquanto o ideal é que seja por volta de 80%) e ao pouco aprendizado.

“Para melhorar a atuação do professor é preciso que haja padrões mais exigentes para o ensino, uma prova nacional de conhecimento docente e avaliações individuais para recompensar bons educadores. A transição leva tempo, mas sem mudar essas normas os mais jovens não vão ganhar a educação que merecem”, disse Bruns.

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Essas iniciativas de fôlego, no entanto, devem levar tempo para saírem do papel pois, no cenário nacional de crise econômica, não parece haver espaço para grandes projetos. O momento é de encontrar “alternativas de muito impacto, com poucos recursos”, de acordo com o ministro da educação Renato Janine Ribeiro. No início do evento, o ministro afirmou que a crise econômica é um momento para “começar a tirar do papel as metas da educação, aprendendo com os erros alheios e fazendo testes. Quando passar a crise, que afeta a toda a sociedade, vamos ter condições de cumprir as metas do Plano Nacional da Educação (PNE), com expertise”.

Comentando de que forma vai tornar realidade as metas do PNE, o ministro disse que o financiamento dos projetos o preocupa. “Fala-se em chegar a um investimento em educação equivalente a 10% do PIB. Isso não é fácil e não vejo atualmente maneiras para chegar a esse número.” Mais que medidas imediatas de como cumprir as metas, Ribeiro deu destaque ao debate sobre a melhor forma de definir e alcançá-las.

Excelência educativa – Assim como o Banco Mundial, a valorização dos professores e a maior liberdade para a contratação e remuneração de profissionais foram também os pontos centrais dos argumentos de Ricardo Paes de Barros, economista-chefe do Instituto Ayrton Senna, César Camacho, diretor-geral do Instituto Nacional de Matemática Pura e Aplicara (Impa), Artur Ávila, pesquisador do Impa, Fernando Sakane, reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) e Cláudio Lottenberg, presidente do Hospital Albert Einstein, que participaram do Fórum.

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“É preciso um sistema mais livre para a contratação de novos professores e pesquisadores, que fuja ao excesso de regulações e ajude a captar os melhores profissionais”, disse Camacho. Segundo os especialistas, o engessamento das instituições públicas de ensino e pesquisa é uma questão que precisa ser superada para a criação de ilhas de excelência em educação no Brasil. “O mérito deve ser o principal fator de desenvolvimento de boas instituições educativas, que formem profissionais que vão ajudar no desenvolvimento do país”, afirmou Lottenberg.

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