Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Zara admite que havia trabalho escravo em sua cadeia produtiva

Pela 1ª vez, empresa afirmou que confecções terceirizadas que produziam para a marca de roupas mantinham trabalhadores em regime análogo à escravidão

Por Naiara Infante Bertão
21 Maio 2014, 21h15

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Trabalho Escravo, na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), a rede espalhola Zara afirmou pela primeira vez que havia trabalho escravo em sua cadeia de produção de roupas e acessórios. O presidente João Braga respondeu “sim” quando questionado pelo presidente da Comissão, Carlos Bezerra Junior (PSDB), se “havia trabalho escravo na cadeia produtiva da Zara em 2011”.

Há três anos, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) encontrou problemas nas confecções Aha e Rhodez, contratadas pela varejista espanhola. Após o flagra de trabalho análogo à escravidão, a Zara firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) e vem cumprindo uma extensa lista de ações para evitar que o erro se repita, e para garantir que seus fornecedores estejam cumprindo os requisitos da lei brasileira. Apesar de ela nunca ter negado sua responsabilidade social com os trabalhadores de seus parceiros e a sociedade brasileira, a Zara nunca admitiu ter responsabilidade jurídica sobre o ocorrido com essas por essas confecções terceirizadas.

Leia mais:

Zara lança ‘selo de procedência’ na véspera de CPI do Trabalho Escravo

Continua após a publicidade

Três anos depois, MPF denuncia fornecedores da Zara por trabalho escravo

Mas, com a confirmação de Braga, a Zara pode complicar os processos que a empresa trava na Justiça para não entrar na Lista Suja do trabalho escravo no Brasil. Ao site de VEJA, Raúl Stradera, porta-voz do Grupo Inditex, dono da Zara, reforçou que a empresa “sempre admitiu que um dos fornecedores mantinha condições irregulares” e que “assim que tomou conhecimento, a empresa tomou as medidas necessárias para reparar o problema”. Contudo, ele evitou falar em “cadeia produtiva” durante toda a entrevista.

Se entrar na Lista Suja do MTE, além de abalar a credibilidade e a imagem da empresa, a Zara passará a receber visitas periódicas do Ministério do Trabalho em suas fábricas e lojas pelo período de dois anos, além do pagamento de multas. A Lista Suja é atualizada semestralmente e, em dezembro, 579 empregadores estavam inscritos, sendo 108 novos.

Continua após a publicidade

Leia também:

Justiça mantém ação contra Zara por trabalho escravo

​MRV é condenada a pagar R$ 6,7 milhões por trabalho escravo

Continua após a publicidade

‘Selo de procedência’ – Desde a assinatura do TAC, no final de 2011, a Zara disse ter investido 14 milhões de reais em projetos sociais e auditorias internas. Foi lançado um ‘selo de procedência’ no âmbito do projeto “Fabricado no Brasil”, que consiste em passar informações ao cliente sobre o produto, o fornecedor e data da última auditoria interna na empresa. Isso por meio de uma etiqueta especial com QR code – código de barras que pode ser escaneado pela maioria dos aparelhos celulares. A novidade, em fase de testes, só deve estar presente em todas as peças das lojas brasileiras no ano que vem. Se der certo, será levado a outros países. Em paralelo, a empresa fala das 1.300 auditorias internas que ela fez junto a seus fornecedores para verificar se há qualquer problema trabalhistas, como acordado no TAC.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.