Sócio da TelexFree vai ficar no Brasil definitivamente, diz advogado
Carlos Wanzeler, considerado fugitivo pela Justiça dos Estados Unidos, não irá depor em investigação sobre crime de pirâmide financeira, caso seja convocado pelos americanos
As investigações sobre a TelexFree nos Estados Unidos correm rapidamente e já resultaram na prisão do sócio-fundador da empresa, o americano James Merrill, e de Kátia Wanzeler, esposa do outro sócio da companhia, o brasileiro Carlos Wanzeler. Ele saiu do país pelo Canadá em meados de abril, segundo o Departamento de Segurança Nacional dos Estados Unidos. Para a polícia americana, Wanzeler é um fugitivo. O advogado recém-contrato da TelexFree no Brasil, Antônio Carlos de Almeida Castro, conhecido como Kakay, afirma que o sócio da empresa acusada de formação de pirâmide financeira saiu dos Estados Unidos antes de ter sua prisão decretada, de forma legal.
“Ele vai ficar definitivamente em Vitória, onde já morava e tem casa. Ele é brasileiro e por aqui não há pedido de prisão e nem acusação criminal”, disse Kakay, que foi o advogado do publicitário Duda Mendonça e da sócia dele, Zilmar Fernandes, no julgamento do mensalão. Ao site de VEJA, o advogado explica que nenhuma das duas investigações em curso contra a empresa – no Acre e no Espírito Santo – possuem acusações contra o sócio da TelexFree.
Na terça-feira, ao anunciar sua entrada no caso, Kakay confirmou o paradeiro de Wanzeler no Brasil e disse que a hipótese de extradição não existia. À VEJA, ele afirma que nem mesmo se Wanzeler for convocado para depor nos EUA, o sócio da TelexFree irá comparecer. “Não deixaria ele ir para um país que não respeita nem os direitos individuais, como foi visto quando prenderam sua esposa (Kátia Wanzeler), sem nem mesmo ela ter sido acusada de nada”, argumenta. A Justiça americana afirma que Kátia é uma das testemunhas dos crimes financeiros cometidos pela matriz da TelexFree.
Nesta quarta-feira, Kakay esteve reunido com Wanzeler e Carlos Costa, diretor de marketing da empresa no Brasil, no Espírito Santo.
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Histórico – Os bens da TelexFree foram bloqueados pela Justiça de Massachussetts em abril e o diretor financeiro da empresa, Joseph Craft, foi pego tentando fugir com inúmeros cheques no valor total de 38 milhões de dólares, destinados aos sócios Wanzeler e Merrill. A empresa teria levantado mais de 1 bilhão de dólares de maneira fraudulenta. Desde então, aqueles que tentavam acessar o sistema da TelexFree recebiam uma mensagem de que o site estava fora do ar.
Já a filial brasileira está sob investigação desde o ano passado por prática de pirâmide no Brasil, com os bens bloqueados e impedida de funcionar por uma decisão da Justiça do Acre. Ela foi recentemente condenada pelo Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor, órgão da Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon/MJ), a pagar uma multa de 5,59 milhões de reais por operar “esquema financeiro piramidal”, que é crime contra a economia popular no Brasil.
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