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Vagas de emprego formal aumentam, mas ritmo de contratação diminui

Economistas consultados pelo site de VEJA explicam que o mercado de trabalho começa a sentir os efeitos do fraco desempenho econômico de 2012

Por Talita Fernandes
21 Maio 2013, 19h47

O resultado da criação de empregos em abril, divulgado nesta terça-feira pelo Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, mostra que o número de vagas formais continua aumentando, mas a um ritmo bem mais lento. Esse fator é um reflexo direto do fraco crescimento econômico de 2012, de acordo com economistas consultados pelo site de VEJA. Em abril, a diferença entre as admissões e as demissões foi de 196.913, pior resultado para o mês desde 2009.

Para o economista da LCA Consultoria Fábio Romão, esse número não é animador. “A série histórica do Caged mostra que o mês de abril tende a ter uma geração melhor (de vagas)”, comenta ele, que complementa: se forem descontados os fatores sazonais, o saldo de vagas não será tão grande. O analista da Tendências Rafael Bacciotti diz que o dado dessazonalizado da criação mensal de vagas tem ficado próximo a 60 mil desde o segundo semestre de 2012. Para evitar surpresas no mercado, a presidente Dilma já tinha adiantado os números do Caged durante o programa “Café com a Presidenta”, transmitido na manhã de segunda-feira.

O fator positivo dos dados divulgados nesta terça-feira é a criação de empregos na indústria. De acordo com o economista da LCA, no acumulado dos quatro primeiros meses deste ano a indústria criou 151,3 mil novos postos de trabalho, número superior ao mesmo período de 2012, quando foram criadas 93,2 mil vagas. Para Romão, o dado positivo da indústria pode se espalhar de forma “moderada” para os demais setores da economia, explicando que a indústria é o setor que responde mais rápido às mudanças econômicas. Por outro lado, ele prevê que o emprego no comércio e nos serviços não deve ter grande expansão já que são setores mais sensíveis à renda, que vem enfraquecendo deste ano.

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Juros – O economista-chefe do Espirito Santo Investiment Bank, Jankiel Santos, comenta que, apesar do ritmo mais lento na criação de novas vagas, uma mudança significativa no mercado de trabalho só aconteceria da metade para o final do ano que vem, quando seriam sentidos os dados do aperto monetário. Na última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central, a taxa de juros foi elevada em 0,25 ponto percentual, para 7,50% ao ano. Economistas ouvidos pelo BC esperam que o ano encerre a uma taxa de juros de 8,25%, de acordo com o Boletim Focus publicado na segunda-feira. Com expectativa de inflação em torno de 5,8% ao ano, acima do centro da meta do governo, de 4,5%, o mercado aposta que o BC eleve novamente a Selic, a taxa básica de juros. “Existe uma defasagem quando é feito um aperto monetário para bater na economia e depois no mercado de trabalho”, explica o economista.

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Para Bacciotti, da Tendências, os números dessazonalizados mais fracos refletem o ritmo menor de crescimento do ano passado. “A fraqueza do mercado de trabalho formal, nesse período, está associada ao quadro de menor dinamismo da atividade econômica, que caracterizou o ano passado, em que o PIB cresceu apenas 0,9%.” Ele comenta que a expectativa de maior crescimento econômico este ano – a Tendências prevê alta de 3% do PIB – “deve garantir um cenário pouco mais favorável em termos de criação de vagas”. A Tendências espera a criação de 1,1 milhão de vagas no acumulado do ano, ante 868 mil em 2012, enquanto o governo fala na criação de 1,5 milhão no ano.

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