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Turbulência cambial pode impactar PIB de emergentes, diz Lagarde

Diretora-gerente do FMI afirma que o crescimento dos países pode ser afetado pela volatilidade nos mercados e fuga de capital

Por Da Redação
3 out 2013, 14h49

Christine Lagarde: Brasil deve retirar barreiras que impedem o crescimento de longo prazo

Os países emergentes estão mais fortes hoje do que no passado, mas a turbulência no mercado financeiro pode afetar o crescimento destes países, avaliou nesta quinta-feira a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde. Em discurso na Universidade George Washington, nos Estados Unidos, ela mostrou cálculos dos economistas da instituição estimando que o Produto Interno Bruto (PIB) de grandes emergentes pode ser reduzido de 0,5% a 1% por causa da volatilidade nos mercados e da fuga de capital.

“O crescimento dos emergentes – países que foram o motor da expansão do mundo – está desacelerando”, afirmou Lagarde. Parte da culpa, disse ela, é reflexo da mudança da economia global e parte é por conta de fatores internos de cada país. “Esses países têm novos obstáculos à frente”, destacou em sua apresentação, pontuando que alguns são mais vulneráveis que outros, mas sem citar nomes.

O cenário externo está mais desafiador para os emergentes por conta da possibilidade de mudança das políticas monetárias nos países desenvolvidos, sobretudo nos Estados Unidos. Foi em maio que o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Ben Bernanke, falou pela primeira vez da possibilidade de retirada dos estímulos monetários até o final do ano, o que provocou uma turbulência no mercado financeiro mundial.

Os países desse segmento foram inundados de capital externo nos últimos cinco anos, em parte por conta das políticas monetárias não convencionais dos países desenvolvidos. “Mas agora esta maré financeira começa a baixar”, afirmou Lagarde.

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Em meio a esse cenário de mudanças na economia mundial, a recomendação do FMI é que esses mercados lidem com a turbulência no mercado financeiro “da forma mais suave possível”. Os governos devem permitir que as moedas se depreciem. Em outros casos, a política monetária pode ser relaxada, mas ela frisou que em países com inflação alta, como o Brasil, há menos espaço para esse relaxamento monetário.

No caso das políticas fiscais, Lagarde afirmou que não há muito espaço para o uso delas, dado os altos déficits em alguns países. Voltando a citar o Brasil, ela disse que países na mesma situação devem retirar barreiras que impedem o crescimento de longo prazo, como os problemas na infraestrutura. “A transição dos emergentes não será fácil ou rápida”, disse ela, destacando que esses países devem passar o resto da década fazendo ajustes.

Para a China, Lagarde recomendou que o país asiático caminhe para um crescimento menos dependente do crédito, que já atingiu 180% do PIB este ano. O país deve se apoiar em maior produtividade, renda e consumo. Isso, frisou a dirigente do FMI, significa liberalização das taxas de juros, melhora do sistema financeiro e abertura de setores protegidos à iniciativa privada.

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(com Estadão Conteúdo)

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