Térmica de Uruguaiana pode voltar a operar em fevereiro
Após mais de três anos sem receber gás da Argentina, usina de energia do Grupo AES recebeu suprimento de Trinidad e Tobago para reiniciar geração
A necessidade de ligar todas as usinas termelétricas para suprir a geração das hidrelétricas neste início de ano obrigou o governo federal a tomar uma providência com a térmica de Uruguaiana. Desligada desde 2009 após o corte do fornecimento de gás pela Argentina, a usina do grupo AES localizada no Rio Grande do Sul deverá ser religada no início de fevereiro com um suprimento de gás de Trinidad e Tobago.
Para viabilizar a construção de Uruguaiana, o Brasil fez um acordo com os argentinos, no final da década de 1990, que garantia o fornecimento de gás. Mas a crise na economia da Argentina provocou um corte no abastecimento, o que levou o a AES a desligar a geração de energia. Com o risco de racionamento no país, o governo federal voltou a colocar Uruguaiana como prioridade e negociou para que a usina voltasse a funcionar, o que deverá acontecer em breve.
A Companhia de Gás do Estado do Rio Grande do Sul (Sulgás) informou, em nota, que o navio Excalibur, de bandeira belga, ancorou no início da manhã desta quarta-feira na Argentina, com cerca de 34 milhões de metros cúbicos de gás. A AES, informou por meio da assessoria de imprensa, que Uruguaiana passará por um período de teste de cerca de sete dias, a partir do recebimento do gás, para só depois operar comercialmente. Assim, a térmica entraria em operação em fevereiro.
A expectativa do governo era de que a térmica entrasse em operação, gerando energia para o sistema elétrico até o final de janeiro. A termelétrica irá colaborar para o abastecimento de energia do país em um momento em que os reservatórios das hidrelétricas ainda se recuperam do atraso de chuvas. O custo das térmicas para o setor elétrico será de 3,2 bilhões de reais.
O acordo do gás para a termelétrica Uruguaiana prevê o recebimento de duas cargas de GNL, que somarão cerca de 78 milhões de metros cúbicos de gás natural. “Este volume é suficiente para a geração de 164 MW durante 60 dias”, informou a Sulgás.
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(com agência Reuters)