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Temor de estrangeiros com emergentes não se reflete na Bolsa

Em janeiro, a saída de capital estrangeiro da Bovespa superou a entrada em 854,5 milhões de reais; embora negativo, número representa apenas 21% do volume que saiu da Bolsa em junho de 2013 — período em que o Fed anunciou intenção de retirar estímulos

Por Talita Fernandes
4 fev 2014, 20h17

Mesmo com o tom de alarmismo do mercado internacional em relação à situação dos países emergentes, a saída de capital estrangeiro da BM&FBovespa de janeiro permanece em patamar considerado estável. No primeiro mês do ano, houve saldo negativo para o fluxo de compra e venda de ações desse tipo de investidor. O volume de vendas (64,56 bilhões de reais) superou o de compras (63,71 bilhões de reais) em 854,5 milhões de reais. Contudo, tal número representa apenas 21% do déficit verificado em junho de 2013, quando investidores saíram em debandada da bolsa brasileira ao primeiro sinal de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) daria início à retirada dos estímulos monetários. Naquele mês, o saldo do fluxo dos estrangeiros na bolsa ficou negativo em 4 bilhões de reais – o pior desde setembro de 2010.

O resultado não significa que a BM&FBovespa não tenha sido impactada pelas adversidades no mercado externo e desconfiança em relação ao Brasil. Afinal, a Bolsa acumulou perdas de 7,51% em janeiro, no pior desempenho para o mês desde de 1995, quando caiu 10,77%. Contudo, a fuga dos investidores estrangeiros está longe de ser alarmante. Em termos de participação, eles continuam na liderança, com uma fatia de 46,9% em janeiro, contra 13,2% dos investidores domésticos pessoa física, de acordo com dados da BM&FBovespa referentes a janeiro. Esse porcentual aumentou em 2013. Passou de 40% em janeiro para 46,3% em dezembro. Enquanto a fatia dos investidores pessoa física recuou de 16,9% para 12,9% no mesmo período.

Em meados do ano passado, a ameaça do fim dos estímulos do Fed fez com que a moeda norte-americana disparasse em relação ao real e a bolsa registrasse perdas, com saída intensa de capital. Para o analista Pedro Galdi, da corretora SLW, o momento de aversão ao risco nos emergentes é pontual – não se trata de uma debandada. “Isso que estamos vendo é um pouco de especulação ainda”, diz. Galdi argumentou que, apesar da saída de capital em meses como maio e junho, o ano de 2013 fechou com a entrada líquida de 11,7 bilhões de reais de investimentos estrangeiros na Bolsa. Por outro lado, o saldo entre compra e venda de ações do investidor brasileiro pessoa física ficou negativo em 4,96 bilhões de reais – ou seja, teve mais investidor doméstico vendendo do que comprando ações na Bolsa.

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O economista acredita que o fluxo deve se reverter e voltar para o campo positivo no curto prazo. “Esse dinheiro estrangeiro deve voltar a entrar depois que passar esse mau humor com os emergentes”, prevê Galdi. Segundo ele, o cenário só apresentaria uma forte piora caso o Fed decida dobrar o ritmo de corte nos estímulos: dos atuais 10 bilhões de dólares mensais para 20 bilhões de dólares por mês.

Para o economista da Tendências Consultoria, Silvio Campos Neto, a saída de capital estrangeiro, ainda que menor do que no ano passado, é reflexo do ambiente de baixa confiança no mercado interno. “Além disso, há uma recuperação das economias avançadas”, comenta. Para Campos Neto, contudo, o cenário internacional ainda é incerto. Ele acredita que nem mesmo os sinais de desaceleração da China podem ser vistos como determinantes. “Não se sabe até que ponto isso (desaceleração chinesa) vai se manter forte”, comenta.

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