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TelexFree tenta angariar brasileiros para ‘investir’ no Paraguai

Atividade da empresa está suspensa no Brasil, mas divulgadores cruzam a fronteira para operar em países como Paraguai e Bolívia

Por Ana Clara Costa e Talita Fernandes
21 ago 2013, 07h20

Os bens da empresa TelexFree estão bloqueados e suas atividades estão suspensas no Brasil. Mas muitos ‘divulgadores’ indignados com o não recebimento dos ‘rendimentos’ sobre o dinheiro que aplicaram no negócio têm partido rumo a países vizinhos para investir nas sedes estrangeiras – em muitos casos comandadas por brasileiros.

Fontes da Justiça que preferiram não revelar seus nomes por se tratar de investigação sigilosa afirmaram que o movimento tem sido notado, sobretudo, nos estados que fazem fronteira com Paraguai e Bolívia, como Mato Grosso e Acre. A imprensa mato-grossense tem divulgado que, apenas em Rondonópolis, cerca de mil divulgadores já cruzaram a fronteira para investir.

O advogado Samir Badra Dib, que recentemente conseguiu nos tribunais o direito de ser ressarcido pelos 100 000 reais que aplicou na TelexFree, é de Rondonópolis e afirmou ao site de VEJA que foi procurado por diversos divulgadores para voltar a aplicar – mas, desta vez, no Paraguai. “Não aceitei. Não quero nada disso”, afirmou. A cidade de Pedro Juan Caballero, a mais de 800 quilômetros do município mato-grossense, é o principal destino dos interessados. No caso dos divulgadores do Acre, a TelexFree Bolívia e o alvo.

Segundo o estudante de Economia de Rondonópolis, Vitório Bergamo Neto, de 29 anos, a tentação de procurar a TelexFree no país vizinho é grande. Ele investiu 30 000 reais entre poupança própria e da família – e ficou a ver navios após o bloqueio de bens da empresa. Agora, tenta uma chance no exterior. “Eu pesquisei para entrar pelos Estados Unidos, mas eles pedem seu TaxID (documento similar ao CPF) para poder cobrar o imposto. Então, se você entrar, não recebe nada. Já o pessoal que está no Paraguai é bem unido. Tem grupos no Facebook e no WhatsApp. Eu só não entrei ainda porque não tive tempo de pesquisar melhor”, afirma Bergamo.

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Segundo a procuradora da República Mariane Guimarães, do Ministério Público Federal em Goiás, e que investiga a BBom, outra empresa que supostamente operava um esquema de pirâmide, há informações – ainda não averiguadas – de que a empresa estaria operando em Portugal.

Pirâmide – O crime de pirâmide financeira se confunde, muitas vezes, com o modelo de marketing multinível, pois ambos trabalham com o conceito de agregar associados à rede de vendas. A diferença entre eles é que no segundo, legal, a remuneração dos associados e vendedores é atrelada ao volume de vendas, e não ao número de associados novos angariados. O modelo de pirâmide é insustentável no longo prazo porque a base de potenciais associados fica, com o tempo, mais estreita – e a receita da companhia com a venda dos produtos não consegue ser suficiente para remunerar as comissões de todos os associados.

TelexFree e BBom são os principais alvos de uma investigação feita em conjunto numa força-tarefa de Ministérios Públicos. No caso da primeira, era comercializado um sistema de telefonia via internet, o VOIP (Voice Over Internet Protocol), mas os ‘divulgadores’, como são chamados os participantes da rede, não obtinham rendimentos por meio da venda do sistema – e sim ao angariar novos membros para a empresa, segundo o MP. Já na BBom, a inserção de novos integrantes na rede era feita sob a alegação de que eles seriam parceiros em um comércio de rastreadores, que, segundo a investigação, era um negócio de fachada.

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A BBom foi surpreendida operando mesmo depois de suas atividades terem sido bloqueadas pela Justiça. Recentemente, o MPF divulgou uma nota afirmando que a empresa havia tentado burlar o bloqueio de bens por meio de um ‘laranja’.

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