Taxa de desemprego sobe para 5% em agosto
Desde a pesquisa de abril sem divulgar a taxa, o IBGE retomou seu cronograma e publicou também os dados atrasados. Só no Rio de Janeiro o desemprego caiu
(Atualizada às 12h15)
Depois de três pesquisas seguidas de dados incompletos, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicou nesta quinta-feira a Pesquisa Mensal de Emprego e Salário de agosto com todos os dados. A taxa de desemprego no país fechou o mês em 5%, o menor nível de desocupação para meses de agosto desde o nível da série histórica, em 2002. Em agosto de 2013, a taxa estava em 5,3%. O resultado também representa um avanço pequeno em relação a abril, último mês de divulgação da taxa, quando a desocupação estava em 4,9%. Analistas ouvidos pela agência Reuters esperavam que a taxa de desemprego atingisse 4,9% em agosto.
O atraso na divulgação dos dados se deve a uma greve dos servidores do IBGE que durou 79 dias e terminou apenas em meados de agosto. Com o atraso na coleta e apuração das informações referentes às regiões de Porto Alegre e Salvador, só agora o instituto divulgou os dados atrasados, juntamente com o anúncio dos dados inéditos de agosto. O nível de desocupação ao fim de maio, junho e julho foi de 4,9%, 4,8% e 4,9%, respectivamente. Das seis regiões metropolitanas avaliadas pelo IBGE, apenas o Rio de Janeiro teve queda do desemprego.
2014 | Taxa de desemprego | Rendimento médio |
Maio | 4,9% | R$ 2.045,10 |
Junho | 4,8% | R$ 2.019,90 |
Julho | 4,9% | R$ 2.022,04 |
Agosto | 5,0% | R$ 2.055,50 |
IBGE
Na semana passada, o IBGE também divulgou dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) de 2013, que apontou em 6,5% a parcela dos brasileiros em idade ativa e sem emprego ao fim do ano. No levantamento de 2012, essa população estava em 6,1% do total e, em 2011, em 6,7%.
Diferente da Pesquisa Mensal de Emprego (PME), que analisa apenas as seis principais regiões metropolitanas do país, a Pnad mostra a desocupação em todo o território nacional. A taxa engloba apenas os brasileiros que estão desempregados, porém, em busca de emprego.
PEA – A População Economicamente Ativa (PEA) cresceu 0,9% no mês de agosto em relação a julho, segundo o IBGE. Na comparação com agosto de 2013, houve queda de 0,7%. Esse recuo é considerado uma estabilidade do ponto de vista estatístico, segundo o instituto.
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O mercado de trabalho começa a sentir o baque
A população desocupada somou 1,2 milhão de pessoas em agosto, alta de 3,3% ante julho, e recuo de 5,8% sobre um ano antes. Já o contingente de ocupados (23,1 milhões de pessoas) cresceu 0,8% em relação a julho, mas manteve-se estável comparado a agosto de 2013. Os desocupados incluem tanto os empregados temporários dispensados quanto desempregados em busca de uma chance no mercado de trabalho. A população não economicamente ativa (PNEA), por sua vez, caiu 0,9% em agosto ante julho. Na comparação com agosto de 2013, a alta foi de 3,7%.
Já a população de ocupados subiu 0,8% em agosto ante julho, ou seja, 178 mil pessoas conseguiram entrar no mercado no período nas seis principais regiões metropolitanas. Na comparação com agosto de 2013, houve queda de 0,4% (saída de 86 mil pessoas). O número de trabalhadores com carteira de trabalho assinada no setor privado (11,8 milhões) mostrou estabilidade em ambas as comparações.
Salários – O rendimento médio real dos trabalhadores (2.055,50 reais) cresceu 1,7% em relação a julho (2.022,04 reais) e subiu 2,5% comparado a agosto de 2013 (2.005,72 reais).
O IBGE trabalha para substituir a PME pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, mais abrangente. De acordo com o novo indicador, no primeiro trimestre deste ano a taxa média de desemprego do Brasil estava em 7,1%.
Evolução do desemprego
IBGE