Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Sudeste e Sul deveriam racionar 5% da energia

Necessidade de baixar o consumo aparece no valor da energia, especificamente no chamado Custo Marginal da Operação, que é calculado por formulas matemáticas e modelos computacionais

Por Da Redação
8 fev 2014, 09h49

A semana terminou com sinal de alerta no setor de energia. Houve apagão na terça-feira, todas as térmicas estão ligadas, os reservatórios das principais hidrelétricas baixaram ainda mais e o preço da energia estourou. De acordo com o modelo computacional que acompanha a operação do sistema, as regiões Sul e Sudeste deveriam cortar em 5% o consumo de energia.

A necessidade de baixar o consumo aparece no valor da energia, especificamente no chamado Custo Marginal da Operação, que é calculado por formulas matemáticas e modelos computacionais. Há quatro níveis de alerta baseados no valor desse custo. Quando o custo passa de 1.364,42 reais por MWh, o modelo computacional alerta para a necessidade fazer um corte de 5% no consumo. Os níveis de alerta são definidos por meio de resoluções da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Leia também:

ONS culpa (de novo) raios por apagão – nem Dilma cai nessa

Pois esse custou atingiu o valor de 1.691,39 reais o MWh nas regiões Sudeste e Sul, segundo o documento Sumário Executivo do Programa Mensal de Operação, divulgado na sexta-feira pelo Operador Nacional do Sistema (ONS). Trata-se de uma alta de quase 60% em apenas uma semana. No relatório anterior, o custo foi de 1.065,74 reais.

No mesmo documento, o ONS reconhece que o programa identificou déficit e necessidade de racionamento, mas descarta a adoção de cortes porque a maior parte do país está no período chuvoso e existe a possibilidade de chuvas e que o calor amenize nas próximas, arrefecendo o consumo que tem batido recordes.

Continua após a publicidade

O governo diz que já era esperado que o custo de geração da energia nessas regiões ultrapassasse o primeiro limite da curva do custo de déficit. Mas a avaliação é que o modelo é “meramente econômico”, ou seja, serve apenas para cálculo do preço da energia. Ele mostra que, quando o custo de geração de 1 MW ultrapassa o primeiro patamar estabelecido, fica mais barato reduzir o consumo do que atender a demanda a esse preço.

Corte de carga, porém, seria uma decisão de governo. A própria resolução da Câmara de Gestão da Crise Energética, que estabeleceu o modelo em 2002, informa que “os valores obtidos não implicam acionamento de medidas de redução compulsória de consumo”. O secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Zimmermann, reafirmou que o sistema elétrico tem equilíbrio estrutural e está dimensionado para atender o consumo.

Transparência

Segundo especialistas do setor, a melhor alternativa nesse momento seria a transparência: “O governo deveria ter a humildade diante do risco de desabastecimento, que é real, explicar para a população o que está acontecendo e pedir ajudar: falar para as pessoas economizarem energia”, diz um especialista.

Como não há mais usinas térmicas para serem ligadas, o governo tem duas alternativas, segundo técnicos. Uma é estabelecer um “racionamento branco”: combinar com as indústrias cortes de produção para baixar o consumo ou negociar com empresas que têm produção de energia, os chamados autoprodutores, que liberem excedentes para o sistema.

Continua após a publicidade

Também pode abrir um pouco mais a comporta das hidrelétricas para utilizar um volume maior de água. Essa manobra, porém, pode agravar a situação dos reservatórios se as chuvas não se confirmarem, ampliando a crise de abastecimento e levando a necessidade de elevar o nível de racionamento. Se o custo da energia chegar a 2.943,05 reais, seria necessário cortar 10% da energia.

Leia também:

Preço da energia dispara e previsão é de calamidade para o ano

Petrobras garante abastecimento de térmicas por 12 meses

(Com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.