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Melhora da nota do Brasil está condicionada ao compromisso fiscal, diz S&P

Embora preveja turbulência pela frente, diretora da Standard & Poor's, Lisa Schineller, diz que agência pode revisar perspectiva do rating caso medidas sólidas sejam tomadas

Por Da Redação
10 set 2015, 15h04

A diretora-gerente de ratings soberanos da Standard & Poor’s (S&P), Lisa Schineller, deixou claro nesta quinta-feira que, ainda que o governo Dilma esteja lento nas suas ações nas áreas fiscal e econômica, a agência espera que a atual administração siga tentando avançar. “Esperamos que o governo esteja em ação ainda que atrasado. Não esperamos inação”, disse. “O ritmo da ação, no entanto, tem sido lento, e esperamos demora no avanço. No longo prazo, no entanto, esperamos melhora no lado fiscal”, acrescentou, em teleconferência.

Lisa Schineller reforçou que a proposta de Orçamento para 2016 contendo déficit primário, enviada pelo governo ao Congresso há 10 dias, foi a peça-chave para a decisão da agência de rebaixar o rating soberano do Brasil. “A decisão reflete a percepção maior de riscos na execução do plano econômico do governo, em particular no lado fiscal”, afirmou. “Houve piora tanto no lado fiscal como no econômico”, acrescentou.

Para Lisa, embora seja esperada mais “turbulência” pela frente e maior deterioração fiscal, econômica e do cenário político, a agência não tem prazo para promover nova mudança no rating ou na perspectiva. “Quando houver execução mais sólida no curto e médio prazos, perspectiva pode mudar”, disse.

A diretora afirmou ainda que a S&P olha para a combinação da dinâmica fiscal e para a execução dessa política, salientando que “o contexto político pode dificultar o avanço no lado fiscal”. Ao falar do avanço esperado no lado fiscal, Lisa frisou que a agência olha para os dois lados, o da receita e dos gastos. “É uma combinação.” Lisa disse também que a questão da retomada do crescimento da economia está no foco da agência e reconhece que o cenário externo se mostra adverso.

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Sobre a Petrobras, ela disse que as denúncias de corrupção envolvendo a estatal não somente têm colaborado para a piora da economia como afetam a própria empresa. “Notamos que a dinâmica da Petrobras enfraqueceu no último ano”, afirmou. Por outro lado, Lisa citou que o governo “tem provido suporte extraordinário e necessário (à empresa)”.

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Levy – Ainda que o Brasil tenha saído da categoria de grau de investimento, tanto o trabalho do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, como do Banco Central foram de algum modo reconhecidos pela diretora-gerente. “O ministro da Fazenda está fazendo tudo o que pode em termos de gastos não discricionários”, afirmou. “Mas o cenário de baixo crescimento torna essa política mais desafiadora”, completou.

Nesta quarta-feira, 9, a agência rebaixou na quarta-feira o rating soberano do Brasil de BBB- para BB+, mantendo a perspectiva negativa da nota, tirando do país o selo de bom pagador e colocando-o na categoria de grau especulativo. Em 2008, a S&P foi a primeira das três principais agências de classificação de risco a elevar o Brasil à categoria grau de investimento. Atualmente, as duas outras agências, Moody’s e Fitch, ainda mantêm o Brasil como grau de investimento.

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(Com Estadão Conteúdo)

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