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Silvio Santos vende Panamericano para BTG Pactual

O BTG acertou pagamento de 450 milhões de reais por 37,64% do capital social da instituição. A Caixa Econômica Federal continuará com 36,6% das ações.

Por Ana Clara Costa e Benedito Sverberi
31 jan 2011, 20h40

O empresário Sílvio Santos decidiu nesta segunda-feira vender o Banco PanAmericano para o banco de investimento BTG Pactual, do empresário André Esteves. Em reunião encerrada na noite desta quarta-feira, as partes chegaram a um acordo sobre o valor negócio; vencendo as resistências do apresentador, que discordava do preço. O BTG acertou um pagamento de 450 milhões de reais por 37,64% do capital social da instituição (51% das ações ordinárias e 21,97% das preferenciais). Com isso, passará a deter o controle da empresa junto com a Caixa Econômica Federal (CEF), que possui 36,6% das ações. Será realizada ainda uma Oferta Pública de Aquisição de Ações (OPA) aos minoritários nas mesmas condições oferecidas ao acionista controlador pelo preço de 4,89 reais por ação.

O sócio do BTG Pactual José Luiz Acar Pedro será o novo CEO do PanAmericano, que terá atuação independente. A nova unidade, segundo comunicado do banco de investimento, inaugura uma quarta linha de negócios do grupo – as outras três são ‘investment banking’, ‘asset management’ e ‘wealth management’ – voltada para a distribuição de produtos e crédito para o varejo (ao consumidor e a empresas). Segundo o BTG, a transação reforça ainda sua parceria com a CEF; que, a propósito, assinou acordo de cooperação por meio do qual adquirirá direitos creditórios e aplicará em depósitos interfinanceiros do PanAmericano.

A presidenta da CEF, Maria Fernanda Ramos Coelho, a parceria com o BTG dá sequência à estratégia da instituição de crescer no mercado de crédito. “Para a Caixa, a sociedade com o BTG Pactual manterá as condições patrimoniais que a fizeram adquirir 49% do controle acionário das ações do PanAmericano, decisão fundamentada na evidência de complementariedade e potencial de negócios comuns entre as duas instituições”, afirmou em nota.

Em pronunciamento aos jornalistas, o Sílvio Santos reiterou que não terá de arcar mais com nenhuma dívida e que suas outras empresas não estão envolvidas na operação. “Nada do que é meu está mais à venda – nem o SBT, nem o Jequiti, mais nada”, declarou. O empresário aproveitou ainda para mandar um recado aos acionistas: “Meu banco não causou prejuízo a ninguém, nem aos clientes, nem aos acionistas. Aqueles que sofreram com desvalorização dos ações, agora, com certeza, vão ter recuperação”, destacou. “O BTG Pactual é uma instituição muito competente. Vocês podem continuar a comprar ações do PanAmericano”, acrescentou.

Fraude – Desde setembro, a instituição – que, por anos, foi o negócio mais rentável do grupo capitaneado pelo apresentador – passou a ocupar as páginas dos jornais. A notícia que deu início ao escândalo foi a descoberta, realizada pelo Banco Central, de um rombo de 2,5 bilhões de reais gerado por operações fraudulentas realizadas por executivos. Em novembro, o Fundo Garantidor de Crédito (FGC) concordou em emprestar este mesmo valor ao empresário, que chegou a colocar o Sistema Brasileiro de Televisão (SBT) como garantia para a dívida.

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Na semana passada, novos indícios passaram a apontar um prejuízo ainda maior, que teria atingido 4 bilhões de reais. A partir disso, o Banco Central exigiu a troca do controlador da instituição. O balanço trimestral da instituição, cuja divulgação estava prevista para esta segunda-feira e que poderia confirmar o rombo, teve de ser adiado, sem previsão de nova data, justamente por conta das indefinições em torno da venda.

A entrada do BTG deverá marcar ainda uma ‘nova era’ na gestão do no PanAmericano. “Com o negócio, o PanAmericano passará a compartilhar do alto padrão de governança corporativa e de controles, além da cultura meritocrática, característicos do BTG Pactual”, destacou nota do grupo.

A aquisição está sujeita às condições habituais para fechamento, incluindo a aprovação do Banco Central.

O comprador – Em um ano e meio, o BTG Pactual fez doze grandes aquisições em diferentes setores no país, com destaque para áreas hospitalar e farmacêutica. O banco – líder no Brasil em operações de emissão de ações quanto em fusões e aquisições – recebeu no ano passado um aporte de 1,8 bilhão de dólares de fundos soberanos da China e de Cingapura. Hoje, o patrimônio do Grupo BTG Pactual é de aproximadamente 7,3 bilhões de reais e o do Banco BTG Pactual, de 5,6 bilhões de reais.

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