Lançamento de imóveis novos cai 23,2% em São Paulo
Recuperação em novembro não deve alterar resultado anual; Secovi afirma que ajustes nas incorporadoras e dificuldades em obter licenças explicam a retração
O lançamento de imóveis novos em São Paulo caiu 23,2% de janeiro a novembro de 2012 na comparação com o ano anterior. Das 23 735 unidades lançadas na capital paulista, 20,6% aconteceram em novembro – o melhor mês do ano. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a alta foi de 15,9%. Com a recuperação, o Sindicato da Habitação (Secovi-SP) projeta crescimento de 10% nos lançamentos e de 5% nas vendas – até novembro a queda nas vendas era de 1,9%. “Felizmente, as perspectivas para o ano são melhores”, afirmou Celso Petrucci, economista-chefe do sindicato, na pesquisa divulgada na manhã desta quarta-feira pelo sindicato.
Foram registradas em novembro 2.852 unidades residenciais comercializadas em São Paulo, alta de 44,6% ante outubro e de 9,6% na comparação com o mesmo mês de 2011. As vendas no acumulado de 2012 totalizaram 24.028 unidades, queda de 1,9% em relação aos mesmos meses de 2011. As vendas de imóveis de dois dormitórios representou a maior parte do volume comercializado no mês – 49% do total.
Segundo o Secovi, a queda dos lançamentos e das vendas em 2012 foi motivada por uma ajuste nas operações das incorporadoras. “Esse movimento foi o que chamamos de ‘freio de arrumação’, ou seja, uma parada técnica para redimensionar a capacidade de operação”, afirmou em nota Claudio Bernardes, presidente do sindicato, acrescentando que o mercado não enfrenta problemas de demanda.
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Bernardes mencionou também que as empresas de construção enfrentaram dificuldade no licenciamento de novos projetos e escassez de terrenos. Além disso, o estoque de outorga onerosa, instrumento que permite às incorporadoras adquirir o direito de construir até o limite previsto em lei, está esgotado em muitos distritos no município de São Paulo.
Expectativas – Para que a projeção de melhora se concretize neste ano, o Secovi-SP afirma ser necessário que a nova administração municipal atue para resolver os gargalos existentes. “Apesar do progresso já alcançado com a implantação do Sistema de Licenciamento Eletrônico de projetos e da criação da Secretaria de Licenciamento, existe muito a ser feito”, defende o vice-presidente de Incorporação e Terrenos Urbanos do Secovi-SP, Emílio Kallas. Segundo ele, é fundamental a revisão do Plano Diretor e da Lei de Zoneamento, a fim de ajustar os preços da terra, aproximar a moradia do emprego, e promover o adensamento na ocupação dos bairros.
(com Estadão Conteúdo)