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Reajuste da gasolina cria divergência na equipe econômica

Parte dos economistas defende aumento em outubro deste ano; mas outros membros da equipe acham que, devido à alta do IPCA, reajuste deve ser postergado para janeiro de 2014

Por Da Redação
16 set 2013, 09h57

O governo federal deve conceder um novo reajuste no preço da gasolina até o dia 21 de outubro. A data é estratégica para o Palácio do Planalto porque o primeiro leilão do campo de petróleo e gás natural oriundo da camada de pré-sal em Libra (SP) será realizado pelo governo neste dia. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, o desejo de parte da equipe econômica é de que o preço da gasolina seja elevado em cerca de 8% nas refinarias até a realização do leilão.

O martelo está batido, em Brasília em relação à necessidade de um aumento. Mas o conflito se forma porque membros do governo ainda defendem que o reajuste seja postergado ao menos até o fim do ano, ou mesmo que seja concedido apenas em janeiro de 2014. O principal argumento, neste caso, é a inflação. A equipe econômica avalia ainda ser possível reduzir o IPCA deste ano a um patamar inferior ao avanço de 5,84% registrado em 2012.

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Um reajuste da gasolina da ordem de 8% nas refinarias (e de pouco menos disso nas bombas de combustíveis) representa, nas contas do governo, um aumento de 0,2 ponto porcentual no IPCA. Entre os que defendem o reajuste até a licitação do campo de Libra, a visão é de que a inflação deste ano “já está dada”. Assim, uma alta de 6,1% ou um pouco mais no IPCA deste ano não seria problemática, uma vez que evitaria o reajuste de preços ao consumidor no ano eleitoral de 2014.

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Os técnicos do governo convergem para o fato de que o encarecimento da gasolina também servirá como estímulo indireto ao setor sucroalcooleiro. Mais barato nas bombas, o etanol pode compensar o aumento de preços aos consumidores. Além disso, a composição da gasolina no Brasil tem 25% de etanol na mistura, o que diminui o repasse da alta de preços nas refinarias para as bombas nos postos de combustíveis.

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Libra – O aumento do preço da gasolina é essencial para a Petrobras conseguir desafogar seu caixa. Como o leilão de Libra será feito sob o regime de partilha, a estatal será a operadora com 30% de participação mínima em todos os blocos que forem adquiridos por companhias privadas. Por isso, a participação da empresa no leilão deve exigir aproximadamente um desembolso de 4 bilhões de reais, estimou o departamento econômico do HSBC em relatório recente.

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Diante das dificuldades de caixa e do ambicioso programa de investimentos que a empresa precisa tocar nos próximos anos, o reajuste da gasolina seria um “sinal importante” ao mercado. O argumento tem sensibilizado o Planalto, mas ainda não há definição quanto ao momento exato do reajuste.

Com o aumento do preço, a situação financeira da Petrobras deve melhorar, uma vez que ela poderá repassar ao mercado interno parte da oscilação de preços que ela absorve ao importar gasolina do exterior. O preço do combustível é fixo e controlado pelo governo federal. O reajuste já foi solicitado formalmente pela Petrobras ao governo e serviria para reduzir a diferença entre o custo do combustível comprado pela estatal no exterior e aquele vendido nos postos de gasolina no Brasil.

Custo – O forte aumento do consumo nos últimos três anos tem infligido à estatal um pesado custo financeiro nas operações de comércio exterior, que tem causado impacto inclusive na balança comercial brasileira.

O recente salto na cotação do dólar agravou essa situação – a Petrobras precisa gastar mais reais para adquirir a mesma quantidade de combustível, cotado em dólar. A estatal perde cerca de 1 bilhão de reais por mês com a operação.

(Com Estadão Conteúdo)

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