Rajoy: Espanha pressionou por ajuda, não UE
Primeiro-ministro espanhol afirmou que, sem as medidas de austeridade fiscal tomadas nos últimos meses, país sofreria intervenção
O primeiro-ministro da Espanha, Mariano Rajoy, negou que tenha sido pressionado pelas autoridades da União Europeia para que solicitasse ajuda para recapitalizar os bancos de seu país. Ele afirmou neste domingo que o resgate do país foi iniciativa do próprio governo espanhol e que, graças às medidas de austeridade fiscal adotadas, a Espanha conseguiu escapar de uma intervenção com as da Grécia, Portugal e Irlanda.
“Não fui pressionado, e não sei se deveria dizer isto, mas quem pressionou fui eu, porque queria uma linha de crédito para recapitalizar o setor bancário”, afirmou Rajoy, apesar de ter declarado há menos de duas semanas de maneira categórica que os bancos espanhóis não precisariam de resgate.
“Ontem, o euro ganhou credibilidade (…) Se não tivéssemos feito o que fizemos nos últimos cinco meses, haveria intervenção na Espanha”, afirmou Rajoy.
No sábado, os ministros das Finanças da zona do euro e Luis de Guindos, ministro da Economia da Espanha, anunciaram que o país solicitaria financiamento para recapitalizar os bancos com problemas. A União Europeia se prontificou a conceder uma ajuda de 100 bilhões de euros ao país.
Muito criticado por não ter participado da entrevista coletiva no sábado em que o ministro da Economia explicou as condições da ajuda europeia, Rajoy anunciou que não modificará a agenda e viajará como previsto neste domingo à Polônia para acompanhar a estreia da seleção espanhola na Eurocopa, contra a Itália.
(com agência AFP)