Produção industrial recua 5,8% no mês de abril em relação a 2013
Na comparação com o mês anterior, o indicador caiu 0,3%. No ano, a atividade acumula perda de 1,2%
A produção industrial brasileira caiu 0,3% em abril em relação a março, e recuou 5,8% na comparação com o mesmo mês do ano passado, reportou nesta quarta-feira o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em março, a atividade do setor também caiu em ambas as comparações, 0,5% ante fevereiro e 0,9% em relação a março do ano passado. Com os novos dados, no ano o indicador acumula queda de 1,2% no primeiro quadrimestre, mas, nos últimos doze meses até abril, a produção industrial subiu 0,8%.
Pesquisa da Reuters apontava uma expectativa de que a produção industrial recuasse exatos 0,3% em abril na comparação com o mês anterior, com estimativas variando de recuo de 1,5% a alta de 0,4%. Em relação ao dado anual, o mercado também já esperava o resultado: a projeção média era de 5,8%, com expectativas de queda de 6,6% a avanço de 3%.
O IBGE revisou o dado da produção industrial de fevereiro ante janeiro, que saiu de estabilidade (0,0%) para alta de 0,2%. A taxa de janeiro ante dezembro de 2013 também foi revisada, de 2,2% para 2,3%.
Revisão – O indicador do IBGE foi aperfeiçoado a partir de março, com mudanças nas ponderações e na cesta de produtos, o que levou a uma atualização da série histórica. O Produto Interno Bruto (PIB) do primeiro trimestre já incorporou os novos dados. Nele consta que o PIB da indústria caiu 0,8% em relação ao período de outubro a dezembro de 2013, mas cresceu 0,8% em relação ao período de janeiro a março do ano anterior.
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O desempenho de abril do setor foi influenciado sobretudo pelo segmento de bens de capital, medida de investimento, com recuo de 0,5% ante março e de 14,4% sobre o ano anterior. Entre os ramos de atividade, o IBGE informou ainda que doze dos 24 pesquisados tiveram queda mensal em abril, com destaque para metalurgia (queda de 2,7%), produtos de minerais não-metálicos (recuo de 1,5%) e confecção de artigos do vestuário e acessórios(1,6%).
Cenário – A indústria brasileira vem passando por momentos difíceis, com altos e baixos, sem demonstrar recuperação mais consistente e refletindo na confiança. Segundo pesquisa da Fundação Getulio Vargas (FGV), o Índice de Confiança da Indústria recuou 5,1% em maio sobre abril, passando de 95,6 para 90,7 pontos. Esta foi a maior variação negativa desde dezembro de 2008.
Na pesquisa semanal Focus, do Banco Central, a expectativa de economistas é que a indústria cresça 1,24% em 2014, abaixo da economia como um todo para o período, com crescimento de 1,5%. Para 2015, a estimativa é de expansão de 2,2% ante 1,85% do PIB.
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