Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Plano de aviação regional empaca e governo usa dinheiro para engordar superávit

Em nome da meta fiscal, 1,22 bilhão de reais do Fundo Nacional da Aviação Civil (Fnac) serviram para ajudar o governo a aumentar suas receitas

Por Da Redação
14 jan 2014, 14h59

O governo federal fez uso de uma manobra inusitada para fechar suas contas no ano passado. Segundo apurou o jornal O Estado de S. Paulo, 1,22 bilhão de reais do Fundo Nacional da Aviação Civil (Fnac) serviram para engordar a meta fiscal de 2013, e não para reformar e prover infraestrutura aos aeroportos. Quando o fundo foi criado, o governo defendeu o uso desse dinheiro em investimentos no setor aéreo e não para pagar juros da dívida, como acabou sendo feito.

Segundo a reportagem, o Fnac teve receitas totais de 2,7 bilhões de reais e chegou a destinar 1,47 bilhão de reais para obras em aeroportos administrados pela Infraero. O restante foi para o chamado superávit primário (economia do governo para abater os juros da dívida pública).

A operação foi preparada no apagar das luzes de 2012. Inicialmente blindado da meta fiscal, o Fnac teve seu regulamento alterado por um artigo inserido no meio da Medida Provisória (MP) 600, editada em 28 de dezembro de 2012. A partir dali, o dinheiro no caixa do Fnac que não fosse gasto com infraestrutura aeroportuária e aeronáutica poderia migrar para a Conta Única do Tesouro Nacional. A intenção do governo, em 2013, era utilizar os recursos do fundo para dar corpo a um programa de reformas e ampliação de 270 aeroportos pequenos no país.

Leia também:

MP rebate governo sobre plano de aviação regional

Continua após a publicidade

Governo regulamenta o Fundo Nacional de Aviação Civil

Dilma abre a torneira para a farra dos aeroportos regionais

Naquele momento, o saldo do fundo era de 978 milhões de reais. Esse dinheiro voltou a engordar a meta fiscal em 2013 – perfazendo um total de 2,19 bilhões de reais em 2013. “O dinheiro continua carimbado para responsabilidades do fundo, mas enquanto não é gasto fica à disposição do Tesouro”, explicou uma fonte graduada do governo.

O secretário do Tesouro, Arno Augustin, informou por meio da assessoria de imprensa do Ministério da Fazenda que “não houve nenhuma alteração no Fnac com efeito no resultado primário”. Segundo Augustin, “quando entra receita nesse fundo, trata-se de uma receita primária, e quando há uma despesa, essa é uma despesa primária, como ocorre em outros fundos”. Mas, no caso do Fnac em 2013, as receitas primárias (de 2,7 bilhões de reais) foram superiores às despesas primárias (de 1,47 bilhão de reais), gerando, portanto, um saldo primário positivo.

Continua após a publicidade

Credibilidade – A equipe econômica enfrenta uma crise de credibilidade após as sucessivas manobras contábeis para fechar as contas públicas desde 2012. O governo antecipou recebíveis de Itaipu para sustentar a redução da conta de luz, e tentou contratar um empréstimo da Caixa pela Eletrobrás para o mesmo fim, além de triangular ações entre a Caixa e o BNDES. Nas contas de 2013, o reforço veio de recursos extraordinários, como o bônus do campo de Libra, no pré-sal – além dos recursos que deveriam ser investidos na aviação.

Leia ainda:

Começo de 2014 será pior que 2013 para as contas públicas, dizem analistas

Governo duplica restos a pagar para conseguir cumprir meta fiscal

(com Estadão Conteúdo)

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.