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Parlamento grego aprova orçamento de olho em nova ajuda

Proposta que contém medidas adicionais de austeridade pavimenta caminho para um novo pacote de auxílio. Mas credores ainda precisam se entender

Por Da Redação
11 nov 2012, 21h19

O Parlamento da Grécia aprovou neste domingo, por 167 votos a favor e 128 contrários, o orçamento nacional para 2013 que contém novas e profundas medidas de austeridade fiscal. A ratificação pavimenta o caminho para que o país receba uma futura ajuda financeira de 31,2 bilhões de euros da União Europeia (UE), do Banco Central Europeu (BCE) e do Fundo Monetário Internacional (FMI). Em profunda recessão, os recursos são cruciais para que o país consiga honrar pagamentos que vencem dentro de cinco dias.

Protestos – Enquanto os parlamentares gregos avaliavam a proposta – um misto de nova redução de gastos públicos, com cortes em aposentadorias, salários e benefícios, além de medidas de elevação de impostos -, a população saiu novamente às ruas para protestar. Em Atenas, mais de 100 mil manifestantes reuniram-se diante da sede do Parlamento grego para mostrar seu descontentamento. Após várias rodadas de arrocho fiscal, que só fizeram com que a economia afundasse mais e mais, a população agora custa a acreditar que novas medidas serão efetivas. A Grécia tem hoje uma taxa de desempenho que ultrapassa 25% e está em seu quinto ano consecutivo em recessão.

Problemas – Ainda que o orçamento tenha passado pelo Parlamento, um desentendimento entre os credores da Grécia pode atrasar a entrega da ajuda financeira. Fontes de Bruxelas e de outros pontos do continente sugerem que a UE, o BCE e os funcionários do FMI – grupo apelidado pelos gregos de ‘troika’ – têm sido incapazes de chegar a um acordo sobre a liberação do dinheiro.

O Eurogrupo – o bloco formado por todos os ministros das Finanças da zona do euro – reúne-se nesta segunda-feira em Bruxelas para discutir a situação do país e avaliar as propostas aprovadas em Atenas. “A Grécia fez o que lhe foi pedido e agora é o momento para os credores honrarem seus compromissos”, afirmou neste domingo o primeiro-ministro grego, Antonis Samaras.

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Os principais credores da Grécia vêm apresentando resistência à entrega de mais recursos ao país diante do temor de que os gregos não consigam reduzir a relação dívida/PIB. A sustentabilidade da dívida grega, que deve chegar a 120% do PIB em 2020, é a condição imposta pelo FMI para seguir no programa de resgate da nação.

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Vencimento – Samaras advertiu que o país necessita de mais dinheiro antes de 16 de novembro – data em que vence uma dívida de 4,1 bilhões de euros com o BCE. Mais uma vez pressionados pela eventual saída da Grécia da zona do euro, os demais países europeus comprometeram-se a evitar que o país declare o calote.

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Segundo fontes, não deve haver acordo na reunião desta segunda para o desbloqueio da ajuda. Após a aprovação, na última quarta-feira, do pacote de 18,1 bilhões de euros em ajustes, a Grécia acreditava que receberia o dinheiro de imediato. Contudo, UE e FMI acharam os ajustes insuficientes.

Devido à demora de seus sócios em tomar uma decisão, Atenas anunciou que emitirá novas letras, com vencimento de um a três meses. Um bom resultado das emissões poderá salvar o país de inadimplência, caso não obtenha auxílio a tempo.

Discute-se nesse momento, nos corredores de Bruxelas, a sustentabilidade da dívida grega. “O relatório do grupo de credores institucionais sobre a sustentabilidade da dívida ainda não está pronto”, afirmou um fonte próxima das negociações. “Uma vez que haja um acordo de que houve evolução da relação dívida/PIB de modo a torná-la sustentável, poderemos dizer que estamos prontos para desembolsar a ajuda”, completou.

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O mais provável é que haja uma segunda rodada de negociações depois de 12 de novembro, afirmou a fonte.

Dívida – O FMI espera que a Grécia tenha condições de reduzir sua dívida para 120% de seu PIB em 2020. Apesar do arsenal de medidas que buscava oficialmente sanear as contas da Grécia, a comissão europeia publicou na quarta-feira previsões preocupantes sobre a evolução da dívida pública do país.

Segundo os prognósticos, a dívida chegará a 188,4% do PIB em 2013, e em 2014 a 188,9%. Desta maneira, o objetivo do FMI de reduzi-la a 120% em 2020 seria praticamente um delírio. O porta-voz comunitário, Simon O’Connor, disse esperar que o grupo conclua seus trabalhos nos próximos dias.

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Contudo, o membro mais poderoso do fórum de ministros de Finanças da zona do euro, o alemão Wolfgang Schauble, disse quinta-feira que não espera um acordo sobre uma nova ajuda internacional à Grécia antes de várias semanas.

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(com Agence France-Presse)

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