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Os malabarismos do governo para varrer o conteúdo local

Por Da Redação
20 Maio 2015, 16h15

Dissonância cognitiva é o termo usado na psicologia para descrever os mecanismos de que a mente humana dispõe para conciliar ideias que se contradizem. É nesse estado que o governo parece operar ao pôr em prática muitas crenças que combatia duramente até poucos meses atrás. A menos que se trate de uma estratégia deliberada… Nos reajustes de preços antes controlados e no pacote do ajuste fiscal encontram-se os exemplos mais relevantes. O mais recente, contudo, é a exigência de conteúdo local para setores da indústria – em especial de óleo e gás. Enquanto Dilma nega publicamente a flexibilização das exigências, seus ministros atuam por debaixo dos panos para viabilizá-la. A Agência Nacional de Petróleo (ANP) deve apresentar no próximo dia 12 uma proposta que reduz as exigências aplicadas às petroleiras no uso de produtos e máquinas fabricados no Brasil. Tais mudanças devem constar do pré-edital da 13º rodada de licitações para exploração do pré-sal. A dinâmica do governo é padrão. Primeiro, a presidente Dilma critica publicamente as medidas impopulares – ou que contradigam suas velhas práticas – e atribui sua paternidade, sempre que possível, à oposição. Em paralelo, algum ministro de seu governo começa a negociá-las com os interessados (parlamentares, empresários, sindicalistas etc). Vez ou outra a presidente dispara uma bronca por meio da imprensa para repreender o ministro que falou mais do que devia. As críticas e desmentidos vindos do Planalto em relação ao assunto vão arrefecendo até que se tornam inexistentes. É aí que, valendo-se do recuo temporal e da memória curta da população, o governo entra em cena encampando as medidas impopulares como “mal necessário”. Diante da situação desoladora da Petrobras, trata-se de um “mal” extremamente bem-vindo. (Ana Clara Costa, de São Paulo)

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