Prejuízo de R$ 124 milhões da Oi surpreende mercado
Analistas esperavam lucro no período. Junto com balanço, empresa anuncia modificações em sua política de remuneração a acionistas
O grupo de telecomunicações Oi teve um prejuízo líquido de 124 milhões de reais no segundo trimestre. O resultado, pressionado pelo aumento de despesas financeiras após a desvalorização do real e alta do endividamento, é pior do que o esperado pelo mercado. A Oi havia lucrado 347 milhões de reais um ano antes e registrado resultado positivo de 262 milhões de reais no primeiro trimestre de 2013.
Analistas consultados pela Reuters esperavam, em média, lucro líquido de 315,7 milhões de reais para a operadora. O Ebitda caiu 16,4% em comparação ao segundo trimestre de 2012, para 1,8 bilhão de reais, com margem recuando de 31,1% para 25,4%.
Em termos de receita líquida, a Oi registrou alta de 2,4%, para 7,07 bilhões de reais. A receita média por usuário (ARPU, na sigla em inglês) no segmento móvel ficou em 20 reais no segundo trimestre, 6,5% abaixo do valor apresentado no mesmo período do ano passado.
“Tal variação é explicada pela queda da receita de interconexão (corte da VU-M) e parcialmente compensada pelo aumento da base de clientes e da receita de pós-pago e pelo aumento do nível de recarga do pré-pago”, afirmou a empresa.
Leia mais:
Cade aprova negócio entre Santander, Oi e Rio Alto Gestão
A Oi encerrou o segundo trimestre com dívida líquida de 29,49 bilhões de reais, crescimento anual de 25,3%. Enquanto isso, o caixa disponível despencou 50%, para 4,09 bilhões de reais.
Apesar da situação financeira, a empresa investiu 1,5 bilhão de reais de abril a junho, 10,7% acima do executado no mesmo período de 2012, mas 11% menos em relação ao primeiro trimestre deste ano.
Além disso, a Oi afirmou que não vai mais divulgar projeções de desempenho diante da “volatilidade verificada no ambiente macroeconômico”.
Leia mais:
Anatel multa Telemar Norte Leste em R$ 7,14 mi
A empresa informou ainda que decidiu alterar sua política de remuneração de acionistas e, com isso, pagar dividendos de 500 milhões de reais relativos aos exercícios sociais de 2013 a 2016.
Este volume de recursos representa “valor mínimo”, segundo a companhia, para atender objetivo de “pagamento de 25% sobre lucro líquido ajustado, ou 3% do patrimônio líquido ou 6% do capital social”.
Sob a nova política, a empresa poderá fazer pagamentos intermediários, sujeitos às condições de mercado e das próprias finanças da Oi.
(com agência Reuters)