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Oi sai com imagem arranhada após confusão com sócia portuguesa

Mercado começa a duvidar de promessas de redução da dívida e de melhora da capacidade da empresa em sua fusão com a Portugal Telecom

Por Da Redação
17 jul 2014, 12h36

A solução costurada pelos controladores da Oi na fusão com a Portugal Telecom (PT) minimiza, mas não elimina os impactos negativos do calote de 847 milhões de dólares que a portuguesa sofreu da Rioforte, companhia do Grupo Espírito Santo (GES). A operadora brasileira sai com a imagem arranhada em termos de governança corporativa e vê frustrado o objetivo da capitalização realizada em abril, de aumentar sua capacidade financeira e de investimento no setor de telecomunicações.

O mercado recebeu bem a proposta de redução da participação da PT na CorpCo, empresa que nascerá da fusão entre as operadoras. Ao devolver os títulos podres da Rioforte para a telecom portuguesa, em troca de ações da Oi, a companhia brasileira fica blindada caso o calote da Rioforte não seja revertido.

O lado negativo é que o dinheiro injetado pelos portugueses na brasileira cai de 5,7 bilhões de reais para cerca de 3 bilhões de reais. A redução elevará a dívida da operadora, o que pode limitar sua capacidade de pedir novos empréstimos e investir. Analistas calculam que a dívida líquida da CorpCo passará de 42 bilhões de reais para 45 bilhões de reais.

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Negativo – Os reflexos já apareceram. Na quarta-feira, a agência de classificação de risco Fitch rebaixou a nota de crédito da Oi. Ou seja, a agência acredita que a capacidade da empresa honrar suas dívidas diminuiu. Em relatório, o banco UBS destacou o aumento dos riscos de governança corporativa, acima da média do setor. A Oi já tem um histórico societário conturbado, mas tenta, com a fusão, simplificar sua estrutura ao máximo.

O problema é que sua fusão com a sócia portuguesa já começou com o pé esquerdo: a PT não avisou a brasileira dos papéis de dívida que comprou da Rioforte, uma companhia que já apresentava dificuldades financeiras. Isso dá abertura para que o mercado acredite em favorecimento entre acionistas, uma vez que a PT tem negócios com o Grupo Espírito Santo. Além disso, a falta de transparência entre as sócias evidencia problemas de governança corporativa, sem contar que a Oi agora terá de recompor sua parte no Conselho de Administração – os membros anteriores pediram para sair diante da confusão.

Agora que já renegociou o acordo com a PT, cuja participação na CorpCo cai de 37,4% para 25,6%, a Oi quer focar nas sinergias da fusão, como ganho de escala e melhoria operacional.

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) reafirmou quarta-feira que a fusão segue em análise. Até aqui, porém, não há um processo que possa levar à punição de administradores ou dos controladores do grupo. A permuta de ações entre Oi e PT (no âmbito da renegociação do contrato da CorpCo) terá também de passar pelo crivo da CVM.

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Dívida – A oferta de ações realizada em abril levantou quase 14 bilhões de reais considerando dinheiro e incorporação de ativos, mas restará bem menos no bolso da Oi. A operação eliminou uma dívida de mais de 4 bilhões de reais dos controladores brasileiros da Oi. Agora há a redução da fatia injetada pela PT. “A empresa corre o risco de quebrar com uma dívida bilionária. O dinheiro levantado com a capitalização foi usado para pagar a dívida da holding, e outros 2,7 bilhões de reais sumiram com a operação PT/ Rioforte”, diz uma fonte. O risco de investidores, em especial estrangeiros, buscarem ressarcimento não está afastado.

Arranhão – Um acionista minoritário da Oi disse que houve “um estrago” na imagem da companhia e dos envolvidos na fusão. Para outro acionista, caíram por terra as promessas feitas aos investidores que participaram do aumento de capital no começo do ano, tais como a melhora da governança e financeira da operadora. Até mesmo a compra de uma fatia da TIM, que pode ser dividida e posta à venda no mercado como consequência da fusão Telefónica com a Telecom Italia, é tida como carta fora do baralho.

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(com Estadão Conteúdo)

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